O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, visitou esta segunda-feira os Montes Golã sírios, zona sob ocupação israelita, palco de um recente ataque que fez 12 mortos, principalmente jovens e crianças, e que Telavive atribuiu ao Hezbollah do Líbano. Contudo, acabou por ser vaiado.
Segundo a Al Jazeera, centenas de residentes da aldeia de Majdal Shams terão recusado a visita de Netanyahu, tentando evitar que entrasse na mesma e chamando-o fascista e criminoso. Esse momento pode ser visto num vídeo publicado nas redes sociais e verificado pela Al Jazeera, em que residentes criticam a presença de Netanyahu.
De recordar que, no local, Netanyahu prometeu que a "resposta de Israel chegará, e será pesada", dizendo ainda à comunidade local que não deve perder a esperança "face aos atos de assédio pelo eixo malévolo do Irão e do Hezbollah".
מהומות בזמן ביקור רה"מ נתניהו במג'דל שמס: "החוצה, איפה הביטחון?" pic.twitter.com/3kEKCMkNy6
— ישראל היום (@IsraelHayomHeb) July 29, 2024
De realçar que, segundo o Exército israelita, os 'rockets' foram disparados do Líbano pelo movimento islâmico Hezbollah, apoiado pelo Irão, e caíram num improvisado campo de futebol onde muitos jovens estavam a jogar. Os 12 mortos confirmados tinham idades compreendidas entre os 10 e os 16 anos e dezenas de outros jovens ficaram feridos, segundo as autoridades locais.
O Hezbollah negou estar na origem do ataque mortal.
Já o novo Presidente do Irão, Massoud Pezeshkian, avisou ontem que Israel cometerá "um grave erro" se atacar o Líbano.
O incidente reacendeu os receios de que o conflito entre Israel e o Hamas na Faixa de Gaza, desencadeado pelo ataque do movimento islamita palestiniano a 7 de outubro de 2023, possa alastrar ao Líbano.
Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço desde 8 de outubro de 2023, um dia depois do início da guerra em Gaza, nos piores confrontos entre as duas partes desde 2006.
O Hezbollah integra o chamado "eixo de resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que faz parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.
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