"Senhores do Exército (...) não há razão para reprimir o povo da Venezuela, não há razão para perseguir tanto", realçou durante um comício com a presença de milhares de pessoas e na sequência dos distúrbios que se registam desde segunda-feira no país contra a reeleição do Presidente Nicolás Maduro, considerada fraudulenta pela oposição.
A líder anti-chavista Maria Corina Machado, que não pôde ser candidata por ter sido declarada inelegível, também insistiu no mesmo apelo: "Os cidadãos militares viram com os seus próprios olhos o triunfo de um país sobre a tirania e vamos enviar esta mensagem: o seu dever é defender soberania popular e proteger o povo venezuelano".
Dirigindo-se à multidão a partir de um camião, Machado acrescentou que não aceitava "a chantagem" daqueles que estão no poder, que acreditam que "defender a verdade é violência".
A organização de defesa dos direitos humanos venezuelana Foro Penal afirmou hoje que pelo menos seis pessoas, incluindo dois menores, morreram durante os protestos.
O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino, reafirmou hoje de manhã a "lealdade absoluta" das Forças Armadas a Nicolás Maduro. Especificou ainda que o Exército agiria "com força" para "preservar a ordem interna".
O CNE concedeu a vitória ao Presidente Maduro com pouco mais de 51% dos votos, à frente do principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que terá obtido 44% dos votos.
A oposição e parte da comunidade internacional duvidam destes resultados e exigem mais transparência e uma análise das atas eleitorais.
A principal coligação da oposição, a Plataforma Democrática Unida (PUD), afirmou que o seu candidato ganhou a Presidência por uma ampla margem (73%) e criou um sítio na Internet no qual carregou resultados eleitorais para sustentar a sua afirmação.
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