Oposição na Venezuela pede ao Exército para não "reprimir o povo"

O candidato da oposição venezuelana, Edmundo Gonzalez Urrutia, que reclama a vitória contra o Presidente Nicolás Maduro, apelou hoje ao Exército para não "reprimir o povo", na sequência dos protestos contra os resultados eleitorais.

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© YURI CORTEZ/AFP via Getty Images

Lusa
30/07/2024 20:24 ‧ 30/07/2024 por Lusa

Mundo

Venezuela

"Senhores do Exército (...) não há razão para reprimir o povo da Venezuela, não há razão para perseguir tanto", realçou durante um comício com a presença de milhares de pessoas e na sequência dos distúrbios que se registam desde segunda-feira no país contra a reeleição do Presidente Nicolás Maduro, considerada fraudulenta pela oposição.

 

A líder anti-chavista Maria Corina Machado, que não pôde ser candidata por ter sido declarada inelegível, também insistiu no mesmo apelo: "Os cidadãos militares viram com os seus próprios olhos o triunfo de um país sobre a tirania e vamos enviar esta mensagem: o seu dever é defender soberania popular e proteger o povo venezuelano".

Dirigindo-se à multidão a partir de um camião, Machado acrescentou que não aceitava "a chantagem" daqueles que estão no poder, que acreditam que "defender a verdade é violência".

A organização de defesa dos direitos humanos venezuelana Foro Penal afirmou hoje que pelo menos seis pessoas, incluindo dois menores, morreram durante os protestos.

O ministro da Defesa venezuelano, general Vladimir Padrino, reafirmou hoje de manhã a "lealdade absoluta" das Forças Armadas a Nicolás Maduro. Especificou ainda que o Exército agiria "com força" para "preservar a ordem interna".

O CNE concedeu a vitória ao Presidente Maduro com pouco mais de 51% dos votos, à frente do principal candidato da oposição, Edmundo González Urrutia, que terá obtido 44% dos votos.

A oposição e parte da comunidade internacional duvidam destes resultados e exigem mais transparência e uma análise das atas eleitorais.

A principal coligação da oposição, a Plataforma Democrática Unida (PUD), afirmou que o seu candidato ganhou a Presidência por uma ampla margem (73%) e criou um sítio na Internet no qual carregou resultados eleitorais para sustentar a sua afirmação.

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