Em comunicado, o QEP adianta que nos confrontos, que tiveram lugar entre 25 e 27 de julho na cidade de Tinzaouatene, perto da fronteira com a Argélia, foram também mortos 47 soldados das forças armadas malianas, que atuam no Mali acompanhados pelos mercenários de Wagner nas suas operações contra o extremismo islâmico e independentistas.
Na nota, o QEP afirma que os seus efetivos conseguiram a "neutralização total de todas as colunas inimigas" e admite nove mortos e 12 feridos entre as suas fileiras.
Entre as baixas do "lado inimigo", o QEP acrescenta "mais de 30 mortos e feridos graves levados de helicóptero para Kidal", uma cidade do norte do país, bem como "um número significativo de corpos carbonizados no interior de veículos blindados e camiões de transporte", e sete prisioneiros do exército maliano e da Wagner.
O QEP felicita-se pelo que classifica como uma "vitória sensacional e gloriosa" e "estende a mão para a colaboração em todos os domínios a todos aqueles que o desejem, povos ou Estados que sofrem a brutalidade do terrorismo de Wagner, para erradicar o seu flagelo".
Na sequência do ataque, as forças malianas, assistidas por militares do vizinho Burkina Faso, efetuaram uma operação aérea na zona que matou vários trabalhadores de uma mina.
Em comunicado, o QEP estima em 50 o número de mortos na mina, de origem nigeriana, sudanesa e chadiana.
O grupo Wagner reconheceu na segunda-feira que tinha sofrido baixas, incluindo a morte de um dos seus comandantes, nos combates com os secessionistas e a Al-Qaida em Tinzaouatene.
A Al-Qaida declarou ter morto 50 combatentes do grupo Wagner e 10 soldados malianos.
Na sequência dos acontecimentos no norte do Mali, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, garantiu hoje ao homólogo maliano, Abdoulaye Diop, que a Rússia iria ajudar o Mali a reforçar o seu exército.
Entretanto, a associação Kal Akal, que se denomina Observatório para a Defesa dos Direitos Humanos do Povo de Azawad (norte de Mali), denunciou hoje que em julho o exército maliano e os mercenários mataram 116 civis enquanto 20 mulheres foram violadas pelos "terroristas" e por militares malianos.
Os dados constam do último relatório mensal da organização, que destaca que o mês de julho "foi especialmente mortífero e devastador" e salienta que unidades do exército, acompanhadas de efetivos da Wagner, "fizeram incursões em acampamentos e pontos de água de pastores para cometer execuções sumárias".
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