Troca de presos? Polémica após Rússia não ter libertado jornalista polaco

A Polónia defendeu hoje a decisão de libertar um prisioneiro espanhol de origem russa numa troca histórica entre a Rússia e países ocidentais, enquanto o destino de um jornalista polaco-bielorrusso detido por Minsk suscita preocupações.

Notícia

© Getty Images

Lusa
02/08/2024 14:38 ‧ 02/08/2024 por Lusa

Mundo

Prisão

Para facilitar o intercâmbio mais importante desde a Guerra Fria, Varsóvia libertou um jornalista 'freelance' espanhol acusado de espionagem a favor de Moscovo, detido na fronteira ucraniana alguns dias depois da invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

 

Esta decisão causou polémica, uma vez que a Polónia não obteve a libertação do jornalista Andrzej Poczobut, que se encontra preso na Bielorrússia.

Poczobut, 51 anos, correspondente do grande diário polaco Gazeta Wyborcza e membro ativo da minoria polaca na Bielorrússia, foi condenado em fevereiro de 2023 a oito anos de prisão.

"Gostaria de vos assegurar que os esforços para libertar outros presos políticos, incluindo Andrzej Poczobut, fazem parte de um processo diferente", declarou hoje à imprensa o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Radoslaw Sikorski.

"Penso nele todos os dias", acrescentou o ministro, acrescentando que Varsóvia continua a trabalhar para a sua libertação, sem no entanto fornecer quaisquer pormenores.

O antigo ministro do Interior polaco, Mariusz Kaminski, do partido nacionalista Lei e Justiça (PiS), que perdeu o poder em outubro, acusou as atuais autoridades de não terem obtido "nada em troca" da libertação do alegado espião russo.

"As negociações sobre a troca de prisioneiros entre a Rússia e o Ocidente estão em curso há pelo menos um ano e meio", disse Kaminski na rede social X, acrescentando que tinha falado com Washington sobre a troca quando ainda estava em funções.

"A nossa condição para a troca de prisioneiros era a entrega de Andrzej Poczobut à Polónia", disse.

A troca de quinta-feira incluiu o cidadão alemão Rico Krieger, um médico de 30 anos que também tinha estado preso na Bielorrússia.

Na sexta-feira, os deputados do PiS anunciaram que tinham pedido ao Governo que explicasse as medidas adotadas para libertar Poczobut.

Poczobut fez uma reportagem sobre os protestos em massa contra o Presidente bielorrusso, Alexander Lukashenko, e recusou-se a sair do país, apesar da histórica repressão contra os dissidentes.

Segundo amigos do jornalista, Poczobut não recebe medicação enquanto está detido e a sua saúde está a deteriorar-se.

Por seu lado, de acordo com o grupo de defesa dos direitos humanos Viasna, cerca de 1.400 presos políticos permanecem atrás das grades na Bielorrússia, um aliado próximo de Moscovo.

Leia Também: Troca de presos com Ocidente deveu-se a "posição dura" de Putin

Partilhe a notícia

Produto do ano 2024

Descarregue a nossa App gratuita

Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.

* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com
App androidApp iOS

Recomendados para si

Leia também

Últimas notícias


Newsletter

Receba os principais destaques todos os dias no seu email.

Mais lidas