O Hamas convocou um "dia de raiva" na sexta-feira, para o funeral do seu líder, morto dois dias antes num ataque atribuído a Israel pelo movimento islamista e por Teerão, que Telavive não comentou.
Agitando bandeiras palestinianas, retratos de Haniyeh e um caixão de cartão com a sua imagem, milhares de pessoas marcharam até ao parlamento, com 'keffiyehs' (lenço tradicional palestiniano) pretos e brancos nos ombros.
Nos cartazes exibidos pelos manifestantes era possível ler "saudações de Rabat aos nossos amigos de Gaza e ao Qassam [ramo armado do Hamas]", ou "o povo quer o fim da normalização", frases que, segundo a AFP, a multidão também ecoava.
"Ismail Haniyeh foi um líder da Palestina, é um símbolo que nos leva a manifestarmo-nos", disse Halima Hilali, de 64 anos, à agência de notícias francesa, considerando ainda que a guerra em Gaza "é uma vergonha para a humanidade que nada faz".
"Protestar é o mínimo que podemos fazer para ajudar os nossos irmãos palestinianos, penso que todos os muçulmanos devem fazê-lo", acrescentou Nabil Nasseri, de 42 anos, de Salé, uma cidade vizinha de Rabat.
Para Nasseri, Marrocos não pode ter relações com "um grupo de criminosos" e, por isso, disse esperar o fim das relações com Telavive.
Desde o início da guerra em Gaza, a 07 de outubro, desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas em solo israelita, várias manifestações de grande escala tiveram lugar em Marrocos, para exigir a revogação da normalização, embora a oposição a este processo fosse anteriormente limitada.
Marrocos apelou oficialmente a "um fim imediato, global e duradouro da guerra israelita em Gaza", sem pôr em causa a normalização.
O Hamas e Teerão prometeram vingar a morte de Ismail Haniyeh, que esteve no Irão para a tomada de posse do novo Presidente, levantando receios de alastramento dos conflitos na região, em plena guerra na Faixa de Gaza.
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