UE, Venezuela, os resultados e a "vergonha". Eis as últimas horas

O CNE ratificou, na sexta-feira, a vitória de Nicolás Maduro com 52% dos votos contra 43% de Edmundo Gonzalez Urrutia. Desde então, manifestações assolaram o país.

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© Marcelo Perez del Carpio/Bloomberg

Notícias ao Minuto com Lusa
05/08/2024 08:37 ‧ 05/08/2024 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo

Venezuela

A União Europeia anunciou, este domingo, não reconhecer os resultados divulgados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE) da Venezuela. 

 

A tomada de posição já mereceu resposta de Nicolás Maduro, que afirmou que a União Europeia (UE) e o alto-representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, são "uma vergonha".

A oposição, já veio agradecer, ao passo que o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, negou, domingo, que exista uma ordem de prisão contra a líder da oposição, María Corina Machado, e o candidato presidencial da principal coligação da oposição, Edmundo González Urrutia.

UE com "forte preocupação"

Num comunicado conjunto, divulgado no sábado, os Governos da Alemanha, Espanha, França, Itália, Países Baixos, Polónia e Portugal manifestaram a sua "forte preocupação" com a situação na Venezuela, cujos resultados eleitorais foram contestados pela oposição, que recusa aceitar a vitória do Presidente, Nicolás Maduro.

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) ratificou na sexta-feira a vitória de Maduro com 52% dos votos contra 43% de Edmundo Gonzalez Urrutia, o candidato da oposição que substituiu Machado, que fora declarada inelegível.

Alegando ser vítima de pirataria informática, o CNE, que a oposição acusa de ser subserviente ao regime, ainda não divulgou as atas eleitorais.

Já este domingo, a União Europeia disse que "continua a acompanhar os acontecimentos na Venezuela com grande preocupação" e que os resultados das últimas eleições presidenciais publicados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) "não podem ser reconhecidos" sem a divulgação das atas eleitorais. 

"Relatórios de missões internacionais de observação eleitoral afirmam claramente que as eleições presidenciais de 28 de julho não atenderam aos padrões internacionais de integridade eleitoral", lê-se numa missiva do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell.

UE expressa preocupação e pede

UE expressa preocupação e pede "verificação independente" na Venezuela

A União Europeia disse, em comunicado, que "continua a acompanhar com grande preocupação" a situação na Venezuela e pede "uma maior verificação independente dos registos eleitorais" da votação do passado domingo, de que o atual Presidente foi declarado vencedor.

Lusa | 06:03 - 05/08/2024

No comunicado, Borrell sublinha que as cópias das votações publicadas pela oposição, e analisadas por várias organizações independentes, indicam que Edmundo González Urrutia, o candidato apoiado pela oposição, "seria o vencedor das eleições presidenciais por uma significativa maioria". 

"Uma vergonha", atira Maduro

Em resposta, o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse que a União Europeia (UE) e o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, são "uma vergonha".

"A União Europeia saca da sua cantilena, a mesma União Europeia que reconheceu [Juan] Guaidó, uma vergonha a União Europeia, o Sr. Borrell é uma vergonha, é uma vergonha que levou a Ucrânia a uma guerra e agora lava as mãos", disse Maduro, numa iniciativa com a Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militarizada).

Nicolás Maduro diz que UE é

Nicolás Maduro diz que UE é "uma vergonha"

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, disse no domingo que a União Europeia (UE) e o alto representante da UE para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell, são "uma vergonha".

Lusa | 06:04 - 05/08/2024

Nicolás Maduro criticou também a UE por ter pedido às autoridades venezuelanas que respeitassem as manifestações realizadas desde segunda-feira em rejeição aos resultados oficiais publicados pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que proclamou o Presidente vencedor.

"Agora diz que na Venezuela há repressão de manifestações pacíficas, diz o Sr. Borrell. Pacíficas? Quando atacam a população, hospitais, CDI [Centros de Diagnóstico Integral], escolas, unidades de autocarros, estações de metro?", questionou.

"Agradecemos apelo da União Europeia"

Entretanto, a oposição veio já agradecer o apelo da União Europeia. "Agradecemos o apelo da União Europeia ao respeito pelos direitos fundamentais dos venezuelanos e o seu pedido de uma verificação independente dos resultados, com base nos registos de votação eleitoral que apresentamos e que credenciam a nossa vitória", escreveu Urrutia, na rede social X (antigo Twitter), no domingo.

Oposição da Venezuela agradece apelo da UE para

Oposição da Venezuela agradece apelo da UE para "verificação" de resultados

O candidato presidencial apoiado pela maior coligação de oposição na Venezuela, Edmundo González Urrutia, agradeceu o apelo da União Europeia (UE) a "uma maior verificação independente dos registos eleitorais" da votação do passado domingo.

Lusa | 06:06 - 05/08/2024

Enquanto as manifestações prosseguem no país e um pouco por todo o mundo, o procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, negou, também este domingo, que exista uma ordem de prisão contra a líder da oposição, María Corina Machado, e o candidato presidencial da principal coligação da oposição, Edmundo González Urrutia.  

"Gostaria de a ver, onde é que ela está? Apresentem essas ordens, vamos vê-las, mas é que neste momento isso não existe. Há uma investigação geral que teve como efeito direto a detenção de pessoas que incendiaram repartições públicas com pessoas no seu interior, o que é extremamente grave", disse Tarek Saab à Rádio Caracol, um meio de comunicação social colombiano. 
 
O procurador foi questionado sobre o assunto, depois da informação ter sido publicada em vários meios e se ter tornado viral nas redes sociais, sem que houvesse qualquer confirmação oficial em nenhum momento.

Procurador nega que haja ordem de prisão para opositores na Venezuela

Procurador nega que haja ordem de prisão para opositores na Venezuela

O procurador-geral da Venezuela, Tarek William Saab, negou, domingo, que exista uma ordem de prisão contra a líder da oposição, María Corina Machado, e o candidato presidencial da principal coligação da oposição, Edmundo González Urrutia.

Lusa | 06:14 - 05/08/2024

O CNE ratificou na sexta-feira a vitória de Nicolás Maduro com 52% dos votos contra 43% de Edmundo Gonzalez Urrutia.

Na sequência da denúncia de fraude por parte da oposição, o país latino-americano tem sido palco de manifestações de protesto que, segundo organizações de defesa dos direitos humanos, já resultaram na morte de 11 civis e na detenção de mais de 2 mil pessoas.

Leia Também: Presidente chileno recebe Lula em visita após eleições venezuelanas

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