Kyiv relata avanço russo na frente leste com dezenas de ataques
As forças russas continuavam hoje a avançar na região de Donetsk (leste da Ucrânia), onde concentraram os ataques na direção da cidade de Pokrovsk e na frente de Toretsk, informou o Estado-Maior das Forças Armadas ucranianas.
© REUTERS/Alexander Ermochenko
Mundo Guerra na Ucrânia
O eixo de Pokrovsk, uma cidade ucraniana relativamente afastada da linha da frente e com 60.000 habitantes antes do início do conflito em larga escala, mantinha-se como a zona mais intensa da linha de contacto.
A Rússia tenta avançar nesta direção e desde o início do dia levou a cabo 21 ataques em dez distintas zonas desde eixo, segundo o último relatório divulgado pelo Estado-Maior de Kiev.
A leste, perto de Toretsk (mais de 30.000 habitantes antes do atual conflito iniciado em fevereiro de 2022), a Rússia desencadeou ainda hoje 15 ataques terrestres com apoio da aviação, que utilizou dez bombas aéreas teleguiadas nesta zona da linha da frente.
Estas bombas de grande potência estão dotadas de sistemas de navegação próprios, que permite aos aviões lançá-las a dezenas de quilómetros de distância e evitarem entrar na zona de alcance da maioria das defesas aéreas inimigas.
As forças russas, com menor intensidade, também atacaram outros segmentos da frente nas regiões de Donetsk, Kharkiv (nordeste) e Zaporijia (sudeste).
Segundo o norte-americano Instituto para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), organismo com sede em Washington que acompanha diariamente a evolução do conflito, a Rússia garantiu nas últimas horas avanços a leste de Pokrovsk, a oeste da cidade de Donetsk, e na zona limítrofe entre as regiões de Donetsk e Zaporijia.
A Rússia recuperou a iniciativa na frente no outono passado após o fracasso da contraofensiva ucraniana iniciada no final da primavera e que decorreu durante o verão. Desde então, as forças russas têm protagonizado avanços modestos mas constantes, com o controlo de dezenas de localidades.
Segundo os porta-vozes militares ucranianos, citados pela agência noticiosa espanhola EFE, estes avanços têm sido efetuados à custa de elevadas perdas humanas e materiais.
O Estado-Maior ucraniano garante que, apenas no passado domingo, o Exército russo perdeu em toda a extensa linha da frente 1.180 soldados (entre mortos e feridos) e 69 sistemas de artilharia, números que não foram confirmados por fonte independente.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A Ucrânia tem contado com ajuda financeira e em armamento dos aliados ocidentais, que também têm decretado sanções contra setores-chave da economia russa para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.
Os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas têm-se confrontado com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.
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