"Os cidadãos são aconselhados a permanecer em casa enquanto as forças de segurança continuam o seu trabalho para manter a segurança", disse Samuel Aruwan, chefe da Segurança Interna em Kaduna, num comunicado.
A decisão foi tomada à luz dos recentes acontecimentos na Nigéria, depois de terem sido registadas numerosas detenções, ferimentos e mortes durante inúmeros protestos, que têm ocorrido nos últimos dias.
"Existem provas suficientes para claramente referir que os protestos em curso foram sabotados por indivíduos criminosos que recorreram ao saque de lojas e à destruição de propriedade pública e privada", acrescentou Aruwan.
De acordo com a ONG Amnistia Internacional, pelo menos 13 pessoas foram mortas, embora este número não tenha sido confirmado pelas autoridades, segundo a agência de notícias Europa Press.
Já segundo a agência de notícias espanhola EFE, citando a coordenação da Frente Unida da Sociedade Civil (UFCS), um dos grupos que lideram os protestos, pelo menos 21 pessoas foram mortas na quinta-feira, primeiro dia de protestos de jovens contra o elevado custo de vida em várias cidades nigerianas.
O Presidente nigeriano, Bola Tinubu, que apelou no domingo ao fim dos "protestos politizados", convocou uma reunião com os principais responsáveis pela segurança do país para tentar resolver a crise, noticiou o jornal local Punch.
O custo de vida na Nigéria tem aumentado desde que o Presidente chegou ao poder, em maio de 2023, com a inflação a atingir um máximo histórico de 33,95% em junho passado.
Esta situação fez subir os preços de produtos básicos como o arroz, o milho e o inhame, tornando-se incomportáveis para muitos nigerianos.
Todas as medidas de Tinubu - como a distribuição gratuita de cereais e o aumento do salário mínimo - não conseguiram atenuar o impacto na população de medidas como a supressão do subsídio aos combustíveis.
A Nigéria é o país mais populoso de África (mais de 213 milhões de pessoas) e também um dos seus principais produtores de petróleo, bem como uma das maiores economias do continente.
No entanto, quatro em cada dez nigerianos vivem abaixo do limiar da pobreza, de acordo com o Banco Mundial.
A inflação é, de facto, uma das causas da grave crise de desnutrição nos estados do norte do país, que levou a um "aumento sem precedentes de admissões de crianças gravemente desnutridas" com complicações potencialmente fatais, segundo os Médicos Sem Fronteiras (MSF), em junho passado.
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