As operações naquela área consistiram em combates a curta distância e ataques aéreos, indicou o Exército num comunicado.
Tropas do 603.º batalhão e da unidade Yahalom das Forças Armadas de Israel "localizaram, investigaram e destruíram uma via subterrânea a dezenas de metros de profundidade", na qual encontraram oficinas do Hamas e três salas dedicadas ao fabrico de armas.
Pouco antes do anúncio do fim das operações desta brigada, o porta-voz dos serviços de Defesa Civil da Faixa de Gaza, Mahmud Basal, informou da morte de sete pessoas "em resultado do bombardeamento de artilharia israelita contra um conjunto de tendas de campanha para deslocados em Abbasan", a leste de Beni Suhaila.
"Mais três cidadãos morreram num bombardeamento dos ocupantes [israelitas] a uma tenda de campanha de deslocados em Beni Suhaila", informou também a agência de notícias palestiniana Wafa.
Khan Yunis tornou-se uma das localidades mais atingidas da Faixa de Gaza desde que, a 22 de julho, o Exército israelita começou a emitir ordens de evacuação da parte oriental da cidade, bem como a reduzir o perímetro da zona de fuga dos civis, a "zona humanitária" de Mawasi, alegando que as milícias palestinianas estavam a instalar as suas infraestruturas na sua fronteira.
No domingo, o Exército voltou a ordenar uma evacuação - apenas 14% de Gaza tem sido poupada a estas ordens - de vários bairros da cidade, depois de ter detetado disparos de 'rockets' a partir de alguns deles, encaminhando de novo os civis palestinianos que ali se encontravam para Mawasi, onde milhares de pessoas estão amontoadas em tendas de campanha, em condições humanitárias precárias.
Entre 22 e 30 de julho, na primeira semana da ofensiva contra a cidade, os serviços de Defesa Civil recuperaram 300 cadáveres de palestinianos em Khan Yunis.
Hoje, as Forças Armadas israelitas ordenaram também a evacuação da cidade de Beit Hanun, no extremo setentrional da Faixa de Gaza, e instou os residentes a deslocarem-se para sul, para a cidade de Gaza, afirmando que o Exército vai atuar na área, utilizada pelas milícias para lançar 'rockets' para Israel.
Horas depois do anúncio, o porta-voz do Exército em língua árabe, Avichay Adraee, anunciou que a estrada de Salah al-Din - que atravessa Gaza de norte a sul - foi considerada uma "estrada segura e uma passagem rápida" para os residentes de Beit Hanun se deslocarem para Deir al-Balah e Zawaida, no centro do enclave palestiniano.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 306.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 39.677 mortos e 91.645 feridos, além de cerca de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também mais de dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
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