O primeiro-ministro, Najib Mikati, participou numa série de reuniões para "rever os preparativos dos ministérios, dos dirigentes libaneses e de instituições competentes para o caso de haver alguma emergência", indicou a presidência do Conselho de Ministros num comunicado.
Mikati recebeu, entre outros, uma delegação do Sindicato de Importadores de Alimentos, encabeçada pelo respetivo presidente, Hany Bohsali, que lhe assegurou que existem reservas alimentares suficientes e que, até agora, não se registaram problemas de racionamento nos mercados.
Bohsali explicou que a organização está a trabalhar para deter um aumento dos preços devido à situação e para que as reservas sejam distribuídas por todas as regiões do Líbano, de forma a estarem disponíveis de antemão, para o caso de eclodir uma guerra, refere o comunicado.
"No caso de haver guerra -- esperemos que não -, o mais importante é que o porto não seja encerrado e que não haja restrições, para que o movimento logístico não seja afetado. É o mais importante para nós", transmitiu o líder sindical durante o encontro com o primeiro-ministro libanês.
Tal como nos últimos dias, realizaram-se também outras reuniões a diferentes níveis para apoiar o plano de contingência multidisciplinar ativado pelas autoridades em outubro passado, no início do fogo cruzado entre o grupo xiita libanês Hezbollah e Israel.
Neste contexto, o ministro das Obras Públicas libanês, Ali Hamieh, discutiu com a Direção-Geral das Estradas a necessidade de realizar esforços "integrados" e de prosseguir os preparativos no âmbito do plano de emergência do seu departamento, declarou, na sua conta da rede social X (antigo Twitter).
O plano elaborado há dez meses prevê medidas para diferentes setores, que, no caso da pasta de Hamieh, se centram na manutenção do funcionamento do aeroporto de Beirute e dos portos marítimos, bombardeados por Israel em guerras anteriores.
Ao mesmo tempo que consolidam o plano de contingência, as autoridades libanesas prosseguem os seus contactos diplomáticos para tentar desanuviar as tensões e evitar uma escalada do conflito em grande escala no país.
O chefe da diplomacia, Abdullah Bu Habib, falou hoje por telefone com o homólogo norueguês, Espen Barth Eide, sobre os últimos esforços para impedir uma guerra "extensa" na região, de acordo com um comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros libanês.
O medo de uma escalada disparou na semana passada, depois de ataques atribuídos a Israel terem matado o comandante máximo do grupo xiita libanês Hezbollah, Fuad Shukr, nos arredores de Beirute, e o líder político do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão.
O Médio Oriente está em alerta máximo, enquanto aguarda as retaliações que o Hezbollah e o Irão prometeram a ambos os assassínios.
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