Os Presidentes norte-americano, Joe Biden, e francês, Emmanuel Macron, e os chefes de Governo britânico, Keir Starmer, alemão, Olaf Scholz, e italiana, Giorgia Meloni, emitiram o seu apelo num comunicado conjunto divulgado após terem falado por telefone para analisar a escalada das tensões no Médio Oriente.
"Expressámos o nosso total apoio aos esforços em curso para reduzir as tensões e alcançar um acordo de cessar-fogo e libertação dos reféns em Gaza", vincaram.
Os líderes políticos apoiaram o apelo dos países mediadores - Estados Unidos, Egito e Qatar - para que as delegações de Israel e do Hamas "retomem as conversações ainda esta semana, com o objetivo de concluir o acordo o mais rapidamente possível".
"Sublinhámos que não há mais tempo a perder. Todas as partes devem cumprir as suas responsabilidades", sustentaram, depois de o Hamas ter anunciado que não participaria na próxima reunião, agendada para quinta-feira no Cairo ou em Doha.
O Irão e os seus aliados regionais no Líbano, no Iraque e no Iémen ameaçaram Israel de represálias armadas após o assassínio em 31 de julho na capital iraniana do líder político do Hamas, Ismail Haniyeh, que imputaram a Telavive, e na sequência do ataque israelita da véspera perto de Beirute que matou Fuad Shukr, chefe militar do Hezbollah libanês.
Em Teerão, o Presidente iraniano, Massud Pezeshkian, afirmou hoje que o seu país tem o "direito de responder" a qualquer agressão de que seja alvo.
"Embora enfatize a resolução de questões através da negociação, o Irão nunca cederá à pressão, às sanções e à coerção, mas considera que tem o direito de responder aos agressores de acordo com os padrões internacionais", disse, segundo comunicado publicado pela agência oficial Irna após uma conversa telefónica de Pezeshkian com o chanceler alemão, Olaf Scholz.
Os Estados Unidos calculam que o Irão poderá desencadear "esta semana" um "conjunto de ataques consequentes" contra Israel, disse hoje John Kirby, um porta-voz da Casa Branca
Os Estados Unidos "partilham a preocupação" de Israel sobre um ataque iminente proveniente do Irão e dos grupos aliados do Irão na região, susteve John Kirby.
Nos últimos dias, os Estados Unidos reforçaram a sua presença militar no Médio Oriente, ao deslocarem aviões de caça furtivos e diversos navios de guerra.
Israel declarou a 07 de outubro do ano passado uma guerra na Faixa de Gaza para "erradicar" o Hamas, horas depois de este ter realizado em território israelita um ataque de proporções sem precedentes, matando 1.194 pessoas, na maioria civis.
Desde 2007 no poder em Gaza e classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, a União Europeia e Israel, o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas) fez também nesse dia 251 reféns, 111 dos quais permanecem em cativeiro e 41 morreram entretanto, segundo o mais recente balanço do Exército israelita.
A guerra, que hoje entrou no 311.º dia e continua a ameaçar alastrar a toda a região do Médio Oriente, fez até agora na Faixa de Gaza pelo menos 39.897 mortos e 92.152 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, na maioria civis, presumivelmente soterrados nos escombros após mais de dez meses de guerra, de acordo com números atualizados das autoridades locais.
O conflito causou também mais de dois milhões de deslocados, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária, com mais de 1,1 milhões de pessoas numa "situação de fome catastrófica" que está a fazer vítimas - "o número mais elevado alguma vez registado" pela ONU em estudos sobre segurança alimentar no mundo.
[Notícia atualizada às 20h42]
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