Jornalistas, fotógrafos e repórteres de imagens, que representam a Associated Press (AP) e outros meios de comunicação que viajaram com a vice-presidente Harris ou estavam na pista do aeroporto, documentaram a dimensão da multidão na passada quarta-feira.
A campanha de Harris também negou que a foto em questão tenha sido manipulada e publicada nas redes sociais.
Quinze mil pessoas compareceram no comício no aeroporto de Detroit, de acordo com a campanha da democrata.
Kamala Harris e o candidato a vice-presidente, Tim Walz, falaram dentro de um hangar onde as pessoas estavam amontoadas.
A Autoridade Aeroportuária do Condado de Wayne, que supervisiona o aeroporto, encaminhou as questões sobre o tamanho da multidão para a campanha de Harris.
Milhares de pessoas têm comparecido nos comícios de campanha dos democratas.
Pela contagem da campanha de Harris, 12 mil pessoas compareceram aos comícios em Filadélfia e Eau Claire, Wisconsin, na semana passada, seguidas por 15 mil em Glendale, Arizona.
Em Las Vegas, no sábado, mais de 12 mil pessoas estavam dentro de um pavilhão universitário quando as autoridades suspenderam a admissão, porque as pessoas estavam a sentir-se mal enquanto separavam ao calor.
Cerca de 4 mil pessoas aguardavam na fila quando as portas foram fechadas.
Um repórter da AP que cobriu os acontecimentos de Harris em Wisconsin, Michigan, Arizona e Nevada testemunhou a multidão presente.
Trump divulgou as suas falsas alegações em publicações consecutivas na sua rede social, no domingo.
"Alguém reparou que a Kamala MENTIU [CHEATED, em inglês] no aeroporto? Não estava ninguém no avião, e ela fez uma 'IA' e mostrou uma enorme 'multidão' de alegados seguidores, MAS NÃO EXISTIRAM!", frisou Trump.
O republicano incluiu ainda uma publicação de outra pessoa que fez alegações semelhantes sobre a manipulação de fotos.
Um minuto depois, Trump publicou: "Olhem, apanhámo-la com uma falsa 'multidão'. Não estava lá ninguém!". O candidato republicado incluiu uma foto da multidão parcialmente sombreada e parcialmente exposta ao sol.
Hany Farid, professor da Universidade da Califórnia, em Berkeley, com foco na análise forense digital e na desinformação, analisou a foto utilizando dois modelos treinados para detetar padrões de IA generativa e não encontrou qualquer evidência de manipulação.
Os modelos foram desenvolvidos pela GetReal Labs, uma empresa cofundada por Farid.
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