Da criminalidade à imigração. As falsidades de Trump na conversa com Musk

A entrevista do ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump com o empresário Elon Musk aconteceu na segunda-feira à noite. Em mais de uma hora de conversa, o que disse Trump que foi contra a verdade?

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© Jakub Porzycki/NurPhoto via Getty Images

Notícias ao Minuto
13/08/2024 21:01 ‧ 13/08/2024 por Notícias ao Minuto

Mundo

Donald Trump

 

 

O antigo presidente dos Estados Unidos Donald Trump deu uma entrevista ao empresário Elon Musk na segunda-feira à noite. Neste 'duelo de titãs', que durou mais de uma hora, os dois falaram sobre o atentado contra Trump, imigração, política e outros assuntos.

A CNN Internacional fez um 'fact check' sobre a conversa - e concluiu que houve várias alegações falsas feitas pelo antigo chefe de Estado dos EUA.

"A maioria das falsidades proferidas pelo candidato presidencial republicano eram afirmações que já tinham sido repetidamente desmentidas, algumas delas há anos", lê-se no artigo.

Do crime ao aquecimento global à imigração

Durante a entrevista, Trump disse que a "taxa de criminalidade nos Estados Unidos estava a subir a pique", e foi aqui um dos temas em que caiu numa teia de mentiras. Segundo os dados citados pela CNN Internacional, a taxa de criminalidade não só desceu significativamente no ano passado, como também nos primeiros três meses de 2024.

O antigo líder dos EUA falou ainda da criminalidade... mas na Venezuela - onde disse que tinha havido um declínio de "72%", números "exagerados".

Também a inflação foi 'apanhada' nesta teia de "falsidades", já que Trump disse que esta era a "pior dos últimos 100 anos". "Eles falam em 48 anos, mas eu não acredito", afirmou. A CNN Internacional explica que, mesmo quando a inflação atingiu o seu pico, em junho de 2022, foi o valor mais alto registado desde 1981.

Trump considerou ainda que a ameaça nuclear era maior do que o aquecimento global e disse que, em 400 anos, o nível das águas do mar subiu 2,5 cm - na verdade, está a subir mais.

O ex-chefe de Estado norte-americano referiu também que havia "cerca de 60 milhões de ouvintes" na entrevista que estava a conceder a Musk, mas de acordo com dados citados pela imprensa norte-americana, houve pouco mais de um milhão de utilizadores a acompanharem a conversa.

Já num ataque à sua adversária democrata, Kamala Harris, Trump referiu que a mesma queria "libertar alguns detidos", mas tal não é verdade. Segundo a CNN Internacional, Trump pode ter-se 'inspirado' em notícias de 2019, que davam conta de que a atual vice-presidente dos EUA queria encerrar centros de detenção geridos por privados.

Quanto a Harris, Trump disse ainda: "Ela era a czarina da fronteira e as pessoas não podem permitir que eles saiam impunes com a sua campanha de desinformação. Agora, está a dizer que não estava realmente envolvida. Ela estava totalmente no comando". Mas Harris nunca foi nomeada de 'czarina da fronteira' de Biden, um rótulo que Washington disse ser impreciso. Harris não era a responsável pela 'pasta' da fronteira ou da imigração, tendo tarefas mais "limitadas" nestes setores.

Em termos de migração, Trump mentiu também acerca do número de pessoas que entraram nos Estados Unidos, e falou ainda do caso do Congo, de onde disse que tinham vindo 22 "assassinos". O ex-presidente já tinha feito esta alegação anteriormente, e já se tinha provado que era falsa.

Também quanto à indústria automóvel Trump referiu algumas falsidades, dizendo que um carro feito nos Estados Unidos não pode ser vendido na Europa, e deixando intimidações. A indústria já respondeu com um processo.

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O sindicato UAW, que representa os trabalhadores do setor automóvel nos Estados Unidos, processou o candidato presidencial Donald Trump e o magnata Elon Musk por intimidação e ameaças durante uma entrevista veiculada na rede X. 

Lusa | 20:15 - 13/08/2024

Quanto aos processos legais, Trump também falou, novamente, da 'caça às bruxas' por parte da administração Biden durante a campanha eleitoral - referindo-se aos casos em que se viu envolvido nos tribunais.

Trump 'enalteceu' ainda os seus esforços enquanto estava na Casa Branca, referindo que pressionou - com sucesso - a China a não comprar mais petróleo ao Irão. As importações abrandaram durante um breve período quando Trump estava no cargo, mas não pararam - estando em níveis 'normais' quando o republicano deixou o cargo.

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Lusa | 07:24 - 13/08/2024

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