OMS prolonga por mais um ano as recomendações contra vírus Mpox em África
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, anunciou hoje que prolongou por um ano as recomendações permanentes contra o risco crónico do vírus Mpox em vários países africanos, na sequência do novo surto.
© Lusa
Mundo Mpox
"Decidi prolongar as recomendações permanentes por mais um ano para ajudar os países a responder ao risco crónico de varíola", disse Ghebreyesus na reunião do comité de emergência da OMS sobre o novo surto de "varíola dos macacos" na República Democrática do Congo (RDCongo), mas também no Burundi, Quénia, Ruanda e Uganda, que até agora não tinham reportado casos da doença.
"Para travar estes surtos será necessária uma resposta adaptada e abrangente, com as comunidades no centro, como sempre", disse o responsável, acrescentando que são precisos 15 milhões de dólares (13,6 milhões de euros) para as atividades de vigilância, preparação e resposta.
"Disponibilizámos 1,45 milhões de dólares do Fundo de Contingência para Emergências da OMS e planeamos disponibilizar mais nos próximos dias", afirmou Ghebreyesus na reunião de emergência dos peritos.
O comité de urgência da OMS reuniu-se hoje para avaliar a epidemia do vírus Monkeypox (Mpox), anteriormente conhecido por "varíola dos macacos", em vários países africanos.
A reunião da OMS ocorre em Genebra, um dia depois de o Centro Africano de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC África) ter declarado "emergência de saúde pública" face à epidemia do vírus Mpox no continente.
A reunião foi convocada pelo diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, na sequência do ressurgimento do Mpox este ano.
Uma nova estirpe ("clade 1b") foi detetada na República Democrática do Congo (RDCongo) em setembro de 2023 e depois notificada em vários países vizinhos.
Esta estirpe "provoca doenças mais graves do que o clade 2", segundo o responsável da OMS.
A "varíola dos macacos" é uma doença viral que se propaga dos animais para os seres humanos, mas também é transmitida por contacto físico próximo com uma pessoa infetada com o vírus.
Desde janeiro de 2022, foram registados 38.465 casos em 16 países africanos, com 1.456 mortes, incluindo um aumento de 160% dos casos em 2024 em comparação com o ano anterior, de acordo com dados publicados na semana passada pelo África CDC.
O Mpox foi descoberto pela primeira vez em seres humanos em 1970, na atual RDCongo (antigo Zaire), com a propagação do subtipo Clade I (do qual a nova variante é uma mutação), que desde então tem estado principalmente confinado a países da África Ocidental e Central, onde os doentes são geralmente infetados por animais infetados.
Em 2022, uma epidemia mundial do subtipo clade 2 propagou-se a uma centena de países onde a doença não era endémica, afetando principalmente homens homossexuais e bissexuais.
A OMS declarou um alerta máximo em julho de 2022 em resposta a este surto mundial, mas levantou-o menos de um ano depois, em maio de 2023. A epidemia causou cerca de 140 mortes num total estimado de 90.000 casos.
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