Na Cidade do México, centenas de venezuelanos, que representam mais de um quarto da migração irregular do país, manifestaram-se contra Maduro e exigiram que o presidente mexicano Andrés Manuel López Obrador abandone sua posição de "suposta neutralidade".
A manifestação, com mais de mil pessoas e de cariz religioso, teve lugar no Monumento à Revolução, no centro da cidade, e serviu para os venezuelanos no México protestarem contra os resultados eleitorais das eleições de 28 de julho na Venezuela.
Na quinta-feira passada, López Obrador disse que não acha "prudente" convocar novas eleições na Venezuela, como sugeriu o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva, como solução para a crise após as eleições.
"Vamos ver o que o tribunal decide, não acho prudente que nós [mexicanos], de fora, um governo estrangeiro, seja ele qual for, demos a nossa opinião sobre algo que deve ser resolvido pelos venezuelanos", disse o presidente numa conferência.
López Obrador reiterou que a posição do México é esperar pela decisão do tribunal eleitoral e, embora não tenha reconhecido a vitória de Maduro, voltou a criticar o facto de governos e organizações internacionais, como a Organização dos Estados Americanos (OEA) e o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, terem reconhecido a vitória do líder da oposição Edmundo González Urrutia.
Na Cidade do México, tal como noutros países e na própria Venezuela, os opositores venezuelanos têm saído à rua em resposta ao pedido da líder da oposição María Corina Machado e González Urrutia, que exortou os cidadãos a manifestarem-se acompanhados pelas suas famílias, com a bandeira nacional e os registos de voto.
Também hoje milhares de venezuelanos manifestaram-se em mais de uma dezena de cidades do Canadá em apoio à oposição venezuelana para exigir transparência nos resultados das eleições presidenciais e o fim do regime do presidente Nicolás Maduro.
A comunidade venezuelana no Canadá realizou marchas de protesto em 14 cidades do país, incluindo Ottawa, Kingston, Montreal, Vancouver, Edmonton e Quebec.
Uma das maiores decorreu em Toronto, onde mais de mil pessoas se reuniram em frente à sede do governo regional no centro de Queen's Park, apesar da chuva forte e da ameaça de uma tempestade.
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