No seu primeiro grande discurso desde que tomou posse, após o colapso do governo da primeira-ministra Sheikh Hasina, atualmente refugiada em Nova Deli, Yunus afirmou que o "governo continuará a apoiar o milhão de refugiados Rohingya no Bangladesh", numa reunião de diplomatas em Daca.
A maioria dos refugiados Rohingya no Bangladesh fugiu da vizinha Birmânia em 2017 para escapar à perseguição do exército birmanês, que está agora a ser investigado por genocídio pelas Nações Unidas (ONU).
"Precisamos dos esforços sustentados da comunidade internacional para as operações humanitárias a favor dos Rohingya e para o seu eventual regresso ao seu país, a Birmânia, em segurança, dignidade e com os seus direitos plenamente garantidos", disse o Prémio Nobel da Paz de 2006, que substituiu a primeira-ministra Sheikh Hasina, deposta após uma série de protestos.
No seu discurso, o líder defendeu também a indústria têxtil do Bangladesh, que é crucial para este país do Sul da Ásia. As suas 3.500 fábricas são responsáveis por 85% das exportações do Bangladesh, que totalizam 55 mil milhões de dólares por ano.
Alguns fornecedores abandonaram o Bangladesh durante os protestos e a agitação civil que levaram à queda da antiga primeira-ministra, após 15 anos à frente do país.
"Não toleraremos qualquer tentativa de perturbar a cadeia global de fornecimento de vestuário, na qual somos um ator fundamental", afirmou Yunus, economista de formação e laureado com o Prémio Nobel da Paz pelo desenvolvimento do microcrédito.
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