"Se pudermos fazer alguma coisa que nos permita assinar um acordo de paz entre o Azerbaijão e a Arménia, levar as questões para a delimitação e demarcação da fronteira (...), desbloquear as áreas relevantes da logística e da economia, ficaríamos muito satisfeitos", disse Putin, que chegou em visita de Estado ao Azerbaijão no domingo e encontrou-se com o seu homólogo azeri, Ilham Aliev.

Putin afirmou que, apesar de a Rússia também estar a enfrentar crises, "principalmente no setor ucraniano", o envolvimento de Moscovo na situação no Cáucaso do Sul nos últimos anos dita que deve participar no processo de resolução.

Ao mesmo tempo, Putin sublinhou que esse envolvimento será feito "na medida em que as partes o solicitem", nomeadamente o Azerbaijão e a Arménia.

"É claro que, após a visita ao Azerbaijão, entrarei em contacto com o primeiro-ministro [arménio, Nikol] Pashinian e comunicar-lhe-ei os resultados das nossas conversações", afirmou o chefe do Kremlin (presidência russa).

Ilham Aliev sublinhou, por sua vez, que o Azerbaijão está "muito satisfeito" com o nível de interação com a Rússia.

A visita de Putin a este país do Cáucaso, parceiro próximo de Moscovo mas também um importante fornecedor de energia aos países ocidentais, tem como pano de fundo uma ofensiva militar ucraniana sem precedentes em solo russo.

Vladimir Putin visitou o Azerbaijão pela última vez em setembro de 2018.

Anfitrião da conferência sobre o clima COP29, em novembro, o país é um grande produtor de gás natural, ao qual a União Europeia recorreu para compensar a forte redução dos fornecimentos russos desde o início do conflito na Ucrânia, em fevereiro de 2022.

A Rússia, por seu lado, é acusada de ter atuado no conflito entre a Arménia e o Azerbaijão, duas antigas repúblicas soviéticas que permaneceram durante muito tempo na esfera de influência russa, e de ter posições diferentes sobre o enclave de Nagorno-Karabakh.

A Arménia critica Moscovo pela sua falta de apoio face ao Azerbaijão, que em setembro de 2023 reconquistou totalmente pela força esta região montanhosa do território azeri controlada durante três décadas por separatistas arménios.

Desde então, Erevan tem procurado reforçar os seus laços com o Ocidente, incluindo os Estados Unidos.

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