"Vingança". Estado Islâmico reivindica ataque com faca na Alemanha
Três pessoas morreram e oito ficaram feridas. O grupo anunciou, este sábado, que o ataque foi levado a cabo por um dos seus militantes "como vingança pelos muçulmanos na Palestina e em todo o lado".
© ROBERTO PFEIL/afp/AFP via Getty Images
Mundo Alemanha
O Estado Islâmico reivindicou a autoria do ataque com faca que vitimou três pessoas e feriu outras oito, na noite de sexta-feira, em Solingen, na Alemanha.
O grupo adiantou, este sábado, que o ataque foi levado a cabo por um dos seus militantes "como vingança pelos muçulmanos na Palestina e em todo o lado", através de um comunicado publicado na rede social Telegram e citado pela agência Reuters.
Esta manhã, as autoridades detiveram um adolescente de 15 anos, por acreditarem que o menor teve conhecimento prévio do ataque e não agiu para o evitar, segundo anunciou o diretor da operação policial, Thorsten Fleiss, em conferência de imprensa.
Ainda assim, os investigadores acreditam que o jovem não é o agressor, que ainda está em fuga e que terá agido sozinho.
O menor, que foi detido de manhã na casa da família, foi identificado com base no testemunho de duas pessoas que ouviram uma conversa suspeita antes do incidente e que, após o ataque, contactaram a polícia.
"Só sabemos que falou com uma pessoa; se essa pessoa era o agressor não temos a certeza", disse o procurador responsável pela luta contra o terrorismo na região da Renânia do Norte-Vestefália (NRW), Markus Caspers, na conferência de imprensa.
O procurador não quis fornecer uma descrição do alegado autor do ataque, devido aos testemunhos contraditórios que foram recolhidos e à falta de clareza até agora do caso. "Nada seria mais prejudicial do que dar uma descrição, apelar à população, por assim dizer, para cooperar com a operação de busca e descobrir no decurso da investigação que a pessoa parece completamente diferente", justificou.
Caspers indicou que, tal como a polícia antecipou ao longo do dia, não se podia excluir a suspeita de que o ataque, ocorrido numa festa ao ar livre durante as comemorações do 650.º aniversário da fundação de Solingen, fosse um ato terrorista, já que não havia "outro motivo aparente".
"As vítimas eram desconhecidas, sem parentesco. Por isso, pensamos que é possível que tenha sido um ato terrorista", afirmou.
O diretor da operação policial apoiou esta hipótese ao confirmar, em resposta a perguntas da imprensa, que, segundo as imagens do ataque, as facadas foram dirigidas "com muita precisão" ao pescoço das vítimas.
As vítimas mortais tratam-se de dois homens de 56 e 67 anos e de uma mulher de 56 anos. Quanto aos feridos, quatro estão em estado crítico, dois em estado grave e dois em estado ligeiro.
As autoridades não confirmaram a informação avançada sobre uma possível descoberta da arma do crime, uma faca, uma vez que foram recolhidas muitas provas materiais cuja ligação ao ataque ainda está a ser investigada.
O ataque ocorreu na sexta-feira, pelas 21h45 locais (menos uma hora em Lisboa), no centro histórico de Solingen e perto de um dos palcos onde decorria um concerto do Festival da Diversidade.
Depois de esfaquear várias pessoas ao acaso, o agressor conseguiu fugir entre o caos que se instalou.
O chanceler alemão, Olaf Scholz, declarou-se chocado com o ataque e pediu que o autor fosse punido "em toda a extensão" da lei.
"Na nossa sociedade não devemos tolerar algo assim e nunca aceitá-lo", disse.
[Notícia atualizada às 19h42]
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