"Acabei de falar com o comandante-chefe, Oleksandre Syrsky, e houve avanços das nossas tropas na região de Kursk. De um a três quilómetros. Tomámos o controlo de mais duas aldeias", anunciou Zelensky, na sua mensagem diária, indicando ainda que estão em curso combates "numa outra aldeia".
As forças ucranianas têm em curso, desde 06 de agosto, uma ofensiva terrestre sem precedentes na região fronteiriça russa de Kursk, ao mesmo tempo que tentam conter os avanços das tropas de Moscovo na província de Donetsk, no leste do país.
Na região fronteiriça russa, Kyiv já reclama o controlo de mais de 90 localidades.
No sábado, durante uma conferência de imprensa, Zelensky tinha referido que da "complicada" operação em Kursk vários objetivos não podiam ser revelados publicamente para não comprometer o seu sucesso, mas que evoluía "de forma muito positiva".
"Em primeiro lugar, o fundo de troca (de prisioneiros) é algo de que se pode falar publicamente. Foi coberto, o que é positivo. Em segundo lugar está a suspensão das operações russas no norte, um ataque preventivo, e a nossa operação cumpriu essa tarefa", enumerou.
Outro objetivo é, frisou ainda, mostrar ao mundo "a realidade" sobre quem é o presidente russo, Vladimir Putin, que "não pensa em como proteger o seu povo", mas em expandir o seu controlo sobre os territórios ucranianos.
A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, sob o argumento de estar a proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.
A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.
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