Guterres insta Israel e Hezbollah a reduzirem escalada de violência
O secretário-geral da ONU, António Guterres, manifestou-se hoje preocupado com o "aumento significativo da troca de tiros ao longo da Linha Azul" e instou Israel e o grupo xiita libanês Hezbollah a reduzirem a escalada "imediatamente".
© MANDEL NGAN/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
A chamada Linha Azul é a linha de demarcação estabelecida pela ONU entre Israel e o Líbano em junho de 2000.
Israel e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado transfronteiriço desde 08 de outubro de 2023, um dia depois do início da guerra em Gaza.
Israel bombardeou este fim de semana o sul do Líbano com mais de 100 caças para impedir um "ataque iminente" do Hezbollah, que conseguiu disparar cerca de 300 projéteis contra o Estado judaico, na maior escalada entre as duas partes em quase duas décadas.
"Estas ações colocam em risco tanto a população libanesa como a israelita e ameaçam a segurança e a estabilidade regionais", afirmou Guterres à imprensa através de um porta-voz, que transmitiu o apelo ao "regresso urgente e imediato das partes à cessação das hostilidades e à plena aplicação da resolução 1701 (2006) do Conselho de Segurança".
Cerca de um mês depois do assassinato do seu comandante máximo, Fuad Shukr, num ataque israelita nos subúrbios de Beirute, o Hezbollah começou a retaliar, lançando 'rockets' e 'drones' contra o norte de Israel.
O movimento xiita libanês deu por terminada a operação "por hoje" e indicou tratar-se da "primeira fase" da resposta.
Por sua vez, o chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, avaliou que a "situação no Médio Oriente atingiu um nível crítico de perigo, para a região e não só".
O Alto Representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança disse apoiar "o apelo do primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, à aplicação imediata da Resolução 1701 do Conselho de Segurança da ONU, para além do tão necessário cessar-fogo em Gaza, para evitar o risco de uma guerra total".
Esta resolução da ONU exige a cessação total das hostilidades entre Israel e o Hezbollah, a retirada das forças israelitas do Líbano, que serão substituídas por forças libanesas e pela missão de manutenção da paz da ONU no Líbano (UNIFIL), e o desarmamento dos grupos armados, incluindo o Hezbollah.
Entretanto, aceleraram-se os contactos para tentar conter a situação e os apelos ao desagravamento da escalada de violência, nomeadamente por parte da FINUL e do gabinete da ONU no país.
O primeiro-ministro libanês confirmou, durante uma reunião ministerial de emergência, que está a "fazer uma série de contactos com os amigos do Líbano para pôr termo à escalada", de acordo com um comunicado do Governo.
Também reafirmou o seu apoio às negociações no Cairo para um cessar-fogo em Gaza apontado como a única saída para a violência no Líbano e a chave para evitar o potencial conflito que tem pairado sobre o Médio Oriente no último mês.
A guerra em curso entre Israel e o Hamas foi desencadeada por um ataque sem precedentes do grupo islamita palestiniano em solo israelita, em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de reféns, segundo as autoridades israelitas.
Após o ataque do Hamas, Israel desencadeou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, que já provocou mais de 40 mil mortos, na maioria civis, e um desastre humanitário, desestabilizando toda a região do Médio Oriente.
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