Novo balanço aponta pelo menos 66 mortos em ataques no Paquistão

Pelo menos 66 pessoas morreram nas últimas 24 horas no Paquistão, num dia trágico marcado por ataques de insurgentes contra civis e contra as forças de segurança, sobretudo na província do Baluchistão, uma região conflituosa, segundo um novo balanço.

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Lusa
26/08/2024 17:48 ‧ 26/08/2024 por Lusa

Mundo

Paquistão

As ações dos insurgentes começaram no fim da noite de domingo, embora alguns confrontos com as tropas paquistanesas tenham continuado até à madrugada de hoje, informaram fontes policiais.

 

O primeiro incidente ocorreu no domingo à noite, quando um grupo de cerca de 25 homens armados bloqueou uma estrada e começou a verificar os documentos de identidade dos condutores e passageiros, segundo relatou um polícia do distrito de Musakhel.

No total, os insurgentes mataram 22 pessoas e feriram outras cinco, acrescentou a mesma fonte, que especificou que 20 dos mortos eram oriundos do Punjab paquistanês.

Nenhum grupo insurgente assumiu de imediato a responsabilidade pelo ataque, embora seja semelhante a outros registados na mesma província no ano passado.

Posteriormente, num comunicado, o Exército do Paquistão disse que respondeu de imediato ao incidente e matou 21 terroristas, reconhecendo que 10 militares e quatro membros das forças de segurança morreram em confrontos com os insurgentes.

Anteriormente, fontes policiais tinham confirmado um ataque a uma instalação militar no distrito costeiro de Lasbela, bem como outro confronto em Kalat, mais perto da fronteira com o Afeganistão.

O ataque foi reivindicado hoje pelo principal grupo separatista da região, o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), que afirmou ter assumido "o controlo total de todas as principais estradas do Baluchistão", acrescentando que 56 soldados foram mortos e dezenas ficaram feridos.

Os meios de comunicação social paquistaneses também relataram confrontos entre insurgentes e forças de segurança em várias cidades do Baluchistão.

Além disso, a explosão de uma ponte ferroviária no distrito de Bolan obrigou à suspensão dos serviços ferroviários nas províncias de Sindh e Punjab.

As autoridades da província de Khyber Pakhtunkhwa, que faz fronteira com o Afeganistão, reportaram a explosão de uma bomba num mercado que fez três mortos, além de 18 feridos.

Estas ações coincidem com o 18.º aniversário da morte de um popular líder do Baluchistão, numa operação do Exército paquistanês, que ocorreu em 26 de agosto de 2006.

A União Europeia (UE) já condenou estes ataques, classificando-os como "atrozes".

"A UE condena os ataques atrozes perpetrados no Baluchistão por membros de grupos separatistas", disse Nabila Massrali, porta-voz do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.

O Baluchistão, onde operam grupos insurgentes que lutam pela independência da região, é, juntamente com Khyber Pakhtunkhwa, uma das províncias do Paquistão que registou o maior aumento da violência nos últimos anos.

As autoridades de Islamabad acusam os talibãs afegãos - que assumiram o controlo de Cabul em agosto de 2021 - de abrigarem grupos insurgentes.

Leia Também: Mais de 30 pessoas foram mortas em dois ataques no sudoeste do Paquistão

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