As ações dos insurgentes começaram no fim da noite de domingo, embora alguns confrontos com as tropas paquistanesas tenham continuado até à madrugada de hoje, informaram fontes policiais.
O primeiro incidente ocorreu no domingo à noite, quando um grupo de cerca de 25 homens armados bloqueou uma estrada e começou a verificar os documentos de identidade dos condutores e passageiros, segundo relatou um polícia do distrito de Musakhel.
No total, os insurgentes mataram 22 pessoas e feriram outras cinco, acrescentou a mesma fonte, que especificou que 20 dos mortos eram oriundos do Punjab paquistanês.
Nenhum grupo insurgente assumiu de imediato a responsabilidade pelo ataque, embora seja semelhante a outros registados na mesma província no ano passado.
Posteriormente, num comunicado, o Exército do Paquistão disse que respondeu de imediato ao incidente e matou 21 terroristas, reconhecendo que 10 militares e quatro membros das forças de segurança morreram em confrontos com os insurgentes.
Anteriormente, fontes policiais tinham confirmado um ataque a uma instalação militar no distrito costeiro de Lasbela, bem como outro confronto em Kalat, mais perto da fronteira com o Afeganistão.
O ataque foi reivindicado hoje pelo principal grupo separatista da região, o Exército de Libertação do Baluchistão (BLA), que afirmou ter assumido "o controlo total de todas as principais estradas do Baluchistão", acrescentando que 56 soldados foram mortos e dezenas ficaram feridos.
Os meios de comunicação social paquistaneses também relataram confrontos entre insurgentes e forças de segurança em várias cidades do Baluchistão.
Além disso, a explosão de uma ponte ferroviária no distrito de Bolan obrigou à suspensão dos serviços ferroviários nas províncias de Sindh e Punjab.
As autoridades da província de Khyber Pakhtunkhwa, que faz fronteira com o Afeganistão, reportaram a explosão de uma bomba num mercado que fez três mortos, além de 18 feridos.
Estas ações coincidem com o 18.º aniversário da morte de um popular líder do Baluchistão, numa operação do Exército paquistanês, que ocorreu em 26 de agosto de 2006.
A União Europeia (UE) já condenou estes ataques, classificando-os como "atrozes".
"A UE condena os ataques atrozes perpetrados no Baluchistão por membros de grupos separatistas", disse Nabila Massrali, porta-voz do Alto Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Josep Borrell.
O Baluchistão, onde operam grupos insurgentes que lutam pela independência da região, é, juntamente com Khyber Pakhtunkhwa, uma das províncias do Paquistão que registou o maior aumento da violência nos últimos anos.
As autoridades de Islamabad acusam os talibãs afegãos - que assumiram o controlo de Cabul em agosto de 2021 - de abrigarem grupos insurgentes.
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