A família Kennedy não demorou a distanciar-se de Robert F. Kennedy Jr. (RFK), que na sexta-feira anunciou a sua desistência da corrida à Casa Branca e decisão de apoiar Trump.
O anúncio já foi feito na semana passada, mas a família, descendentes do presidente John F. Kennedy, continua a 'apontar o dedo' a Robert F. Kennedy Jr., que se lançou como independente, mas a quem um eventual governo de Trump já 'piscou' o olho', nomeadamente, com um cargo na sua administração.
Robert Kennedy Jr. é sobrinho do antigo presidente e filho de Robert F. Kennedy, ex-procurador-geral dos Estados Unidos.
No domingo, a irmã do agora ex-candidato presidencial, Kerry Kennedy, falou com a MSNBC, dizendo que estava "revoltada" pela sua saída - e consequente apoio a Trump.
"Acho que se o meu pai fosse vivo hoje, o verdadeiro Robert Kennedy teria detestado quase tudo o que Donald Trump representa", referiu. Kerry Kennedy disse ainda que faria de tudo para "se separar e dissociar-se de Robert Kennedy Jr.", seu irmão, naquilo que considerou que era um "esforço sem explicação de profanar, espezinhar e incendiar a memória" do pai.
Kerry Kennedy: I am disgusted by my brother’s obscene embrace of Donald Trump. And I completely disavow and dissociate myself from Robert Kennedy Jr. and his flagrant efforts to desecrate my father's memory. pic.twitter.com/iW8pmRQRdn
— Acyn (@Acyn) August 25, 2024
Também Max Kennedy se mostrou contra o irmão, e, num artigo publicado no Los Angeles Times, o também filho do procurador-geral dos Estados Unidos salientou que o candidato republicano, Donald Trump, é "exatamente o tipo de bully arrogante" que o seu pai costumava enfrentar.
"Estou destroçado com o facto de o meu irmão Bobby ter apoiado Donald Trump. Penso muitas vezes no meu pai e em como ele teria encarado a política do nosso tempo. Não sei ao certo o que ele teria pensado do TikTok ou da Inteligência Artificial, mas de uma coisa tenho a certeza: Teria desprezado Donald Trump", escreveu.
Max Kennedy sublinhou que o legado do seu progenitor baseou-se na promoção da "segurança, na proteção e na felicidade do povo americano", razão pela qual, na sua ótica, "teria admirado tanto outra antiga procuradora, Kamala Harris".
"A carreira dela, tal como a dele, tem-se pautado pela decência, dignidade, igualdade, democracia e justiça para todos", considerou.
Trump, por seu lado, "é o inimigo de tudo isso", já que "a única coisa que parece defender é a si próprio e, perturbadoramente, autocratas como Vladimir Putin", que Robert F. Kennedy teria encarado como "uma ameaça existencial" para os Estados Unidos.
Já na sexta-feira, pouco tempo depois de o anúncio ser feito, foi publicado um comunicado em nome da família Kennedy, que considerou que a situação era "uma traição" aos valores que tinham.
“Acreditamos em Harris e Walz. A decisão do nosso irmão Bobby de apoiar Trump hoje é uma traição aos valores que o nosso pai e a nossa família mais prezam. É um final triste para uma história triste", escreveram os familiares no rescaldo do anúncio.
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