Na Gâmbia, Sánchez fala de "objetivo" de combater tráfico de migrantes
O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, reivindicou hoje na Gâmbia o "objetivo comum" de combater as máfias que traficam migrantes, na segunda etapa de uma viagem a África que começou na Mauritânia.
© Manuaure Quintero/Bloomnberg
Mundo Pedro Sánchez
Na Mauritânia, o chefe do Governo espanhol e o seu homologo concordaram em gerir conjuntamente os fluxos migratórios que atravessam o Atlântico para a Europa, segundo uma declaração conjunta hoje publicada.
Os dois países comprometem-se a "trabalhar em conjunto para promover uma migração segura, ordenada e regular" e garantir "o tratamento justo e humano dos migrantes".
Paralelamente à declaração conjunta, a Espanha e a Mauritânia assinaram um memorando de entendimento para a implementação de "um projeto-piloto de seleção de trabalhadores mauritanos no seu país de origem" para trabalharem em Espanha, segundo um documento a que a agência noticiosa France-Presse teve acesso.
O acordo "para a regulação e organização dos fluxos migratórios será útil para a implementação de um programa de migração segura, ordenada e regular entre os dois países", afirmaram.
Hoje, o primeiro-ministro espanhol chegou à Gâmbia, e em Banjul reivindicou o "objetivo comum" com este país africano de combater as máfias que traficam migrantes e a vontade partilhada de reforçar a estreita colaboração que existe entre as forças e organismos de segurança dos dois países neste domínio.
Em declarações à imprensa, o chefe do Governo espanhol destacou a "colaboração frutuosa" e agradeceu ao país africano pelos seus esforços.
"A Espanha e a Gâmbia tornaram-se parceiros fundamentais no domínio da segurança, sobretudo no domínio da vigilância das fronteiras e da luta contra a migração irregular", sublinhou.
"Juntos temos um objetivo comum: salvar vidas no mar e acabar com as máfias que exploram pessoas que têm um desejo legítimo de prosperar", disse Sánchez, que tem um encontro marcado com o Presidente da Gâmbia, Adama Barrow.
Com o chefe de Estado africano, tal como fez terça-feira na Mauritânia, Sánchez tenciona assinar um memorando de entendimento sobre migração circular para facilitar o recrutamento de gambianos para preencherem empregos temporários em Espanha e regressarem depois ao seu país, e um acordo no domínio da segurança e da luta contra a criminalidade, que permitirá "aumentar ainda mais a cooperação".
Sánchez também elogiou as tropas espanholas destacadas na Gâmbia.
"O vosso trabalho em matéria de migração com a Gâmbia é essencial para evitar a perda de vidas humanas e para conseguir uma gestão segura, ordenada e regular do desafio migratório", afirmou.
Segundo o primeiro-ministro, o Governo espanhol "está empenhado numa política de migração em que participem todos os atores envolvidos e que promova a colaboração com os países de origem, de trânsito e também de destino, porque só assim se pode enfrentar um desafio que é transnacional, como é a migração".
Pedro Sánchez está num périplo pela Mauritânia, Senegal e Gâmbia, para tentar resolver o problema da migração ilegal através das travessias atlânticas até às Ilhas Canárias.
O arquipélago espanhol - situado perto da costa africana e utilizado como ponto de chegada dos migrantes e refugiados que tentam chegar à Europa - viu 22.304 imigrantes chegaram às Canárias, entre 1 de janeiro e 15 de agosto, segundo o Ministério do Interior espanhol.
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