Ataque na Cisjordânia? "Incidente terrorista muito grave", acusa Israel
O exército israelita reconheceu hoje que as suas tropas não fizeram o suficiente para evitar o "ato terrorista" de colonos contra palestinos na aldeia de Jitto.
© Lusa
Mundo Israel/Palestina
O incidente de 15 de agosto no norte da Cisjordânia provocou um morto, dois feridos e danos avultados.
"Tentaram dispersar os desordeiros e evitar danos aos palestinianos, mas deveriam ter agido de forma mais decisiva", disse o Exército de Israel, em comunicado, referindo-se à primeira brigada a chegar à aldeia.
O inquérito revelou que "membros da equipa de resposta rápida" de um colonato israelita vizinho, civis armados e treinados para a autodefesa, que não estavam no ativo, "chegaram ao local sem autorização, vestidos com uniforme [do Exército] e agiram contra a autoridade", motivo pelo qual duas destas pessoas "foram dispensadas e as suas armas confiscadas".
"Trata-se de um incidente terrorista muito grave, em que os israelitas se propuseram deliberadamente prejudicar os residentes da aldeia de Jit e nós não conseguimos chegar primeiro para os proteger", reconheceu o responsável do Comando Central, Avi Bluth, assumindo a responsabilidade e prometendo que os autores do ataque serão levados à justiça.
Na noite de 15 de agosto, cerca de 100 colonos israelitas encapuzados, empunhando armas, paus e pedras, dirigiram-se para a aldeia palestiniana de Jit a partir do colonato vizinho de Havat Gilad.
Atirando cocktails molotov e gritando slogans como "morte aos árabes", aterrorizaram os habitantes da aldeia, matando uma pessoa, incendiando olivais, vinhas, pomares, quatro casas e seis carros.
O palestiniano Rashid Sada, de 23 anos, foi baleado no peito e dois outros habitantes da aldeia ficaram feridos e continuam hospitalizados.
O Exército de Israel enfatizou hoje que, apesar dos erros das suas tropas no início do ataque dos colonos, mais soldados e agentes da Polícia de Fronteira chegaram mais tarde e "atuaram com firmeza, arriscando as suas vidas, contendo os desordeiros (...) com meios de dispersão de multidões e disparando para o ar".
O autarca de Jit, Husam Mohamed Abraham, disse à agência de notícias EFE que "mais de 300 soldados do exército cercaram os habitantes e impediram o acesso à Defesa Civil e às ambulâncias até que o fogo já tivesse destruído carros e casas, além de garantirem a saída dos colonos".
Segundo muitos residentes, os colonos de Havat Gilad atacam Jit uma vez por mês, em média, sempre com a proteção de soldados israelitas, embora esta tenha sido a primeira vez que usaram armas.
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