Na resolução aprovada, os deputados timorenses referem que António Guterres teve "um papel fundamental na defesa da autodeterminação de Timor-Leste, tendo contribuído para suscitar a questão timorense nos mais altos fóruns internacionais", pressionando para a realização do referendo sobre a independência em 1999.
A atribuição da nacionalidade a António Guterres foi aprovada numa votação que antecedeu o início da cerimónia de comemoração dos 25 anos da realização do referendo, em 30 de agosto de 1999, que levou à restauração da independência de Timor-Leste.
Na resolução, assinada pela presidente do Parlamento Nacional timorense, Maria Fernanda Lay, destaca-se o contributo significativo de Guterres para a independência e desenvolvimento do país, tendo sido sempre "um dos mais ilustres defensores e aliados" de Timor-Leste, quer como primeiro-ministro de Portugal (1995-2002), como Alto-Comissário das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) ou como secretário-geral da ONU.
"Após a violência que se seguiu ao referendo, António Guterres foi fundamental na mobilização da comunidade internacional para intervir e estabelecer a Administração Transitória das Nações Unidas em Timor-Leste (UNTAET), que pavimentou o caminho para a independência total do país em 2002", acrescenta-se na resolução.
Como responsável do ACNUR, os deputados destacaram a ajuda na "repatriação e reintegração de refugiados timorenses e contribuindo para a estabilização do país".
Atualmente, como líder da ONU, os parlamentares timorenses consideram que Guterres tem sido "um defensor constante do desenvolvimento sustentável e da paz, apoiando os esforços do país para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e fortalecer as suas instituições democráticas".
O secretário-geral da ONU foi condecorado na quarta-feira pelo Presidente timorense, José Ramos-Horta, com o Grande Colar da Ordem de Timor-Leste, a mais alta distinção do país.
António Guterres termina hoje uma visita de três dias a Timor-Leste para participar nas celebrações dos 25 anos do referendo que levou à independência do país.
Em 30 de agosto de 1999, 78,5% dos timorenses que votaram no referendo escolheram a independência do país e consequentemente o fim da ocupação da Indonésia, que invadiu Timor-Leste em 07 de dezembro de 1975, apesar da violência perpetrada pelas milícias que apoiavam a integração.
Com o resultado do referendo, a Indonésia abandonou Timor-Leste, com as milícias pró-indonésias a deixarem um rasto de horror e violência, tendo entrado a autoridade de transição das Nações Unidas, que geriu o país até à restauração da independência, em 20 de maio de 2002.
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