O Ministério da Revitalização Regional do Japão rejeitou, esta sexta-feira, a existência de um plano que oferecia 600 mil yen, cerca de 3.700 euros, a mulheres que casassem com homens que viviam no interior.
De acordo com as publicações internacionais, em causa estava uma ideia lançada pelo governo japonês que consistia não só na entrega desta quantia, como também na oferta de bilhetes de comboio para que as mulheres pudessem ir até eventos 'casamenteiros' em zonas rurais.
A ministra, Hanako Jimi, referiu nas últimas horas que deu ‘luz verde’ aos responsáveis para reverem o plano em questão, mas garantiu que as quantias divulgadas "não eram verdadeiras".
O plano foi dado a a conhecer esta semana através da comunicação social, e as redes sociais japonesas terão reagido em peso, apontando que a política era maioritariamente controlada por homens, mais do que em qualquer outro país industrializado.
"Eles [governo] acharam mesmo que mulheres independentes, motivadas e com educação que moram na cidade iam pensar: ‘E se eu casar com um homem e me mudar para o campo, ganhar 600 mil yen? Vou fazê-lo’? A sério?", escreveu uma utilizadora nas redes sociais, baseada na ideia de que o plano era destinado a mulheres que viviam em Tóquio.
"Ainda não perceberam? Esta ideia só pode ter saído de alguém que só valoriza as mulheres se elas tiverem filhos", escreveu outra.
A imprensa sublinha que no Japão há zonas que estão a enfrentar uma crise em relação à população, dado que há zonas, principalmente as mais rurais, que estão a registar zero nascimentos. O motivo prende-se com a saída de mulheres destas zonas para locais como Tóquio, para onde vão em busca de uma vida melhor.
Mais de 40 municípios japoneses estão em "risco de desaparecer" devido à saída de mulheres entre os 20 e 30 anos, de acordo com o que um estudo citado pela imprensa deu conta.
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