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Estados Unidos apreendem avião de Maduro na República Dominicana

As autoridades norte-americanas determinaram que a aquisição do avião violava as sanções dos EUA e a aeronave foi levada para o estado da Florida.

Estados Unidos apreendem avião de Maduro na República Dominicana
Notícias ao Minuto

18:34 - 02/09/24 por Notícias ao Minuto com Lusa

Mundo EUA

Os Estados Unidos apreenderam o avião do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, na República Dominicana. Segundo avança a CNN Internacional, as autoridades norte-americanas determinaram que a sua aquisição violava as sanções do país e a aeronave foi levada para o estado da Florida.

 

"Apreender o avião de um chefe de Estado estrangeiro é algo inédito em questões criminais. Estamos a enviar aqui uma mensagem clara de que ninguém está acima da lei, ninguém está acima do alcance das sanções dos EUA", disse um responsável norte-americano à CNN. 

Já em comunicado, o procurador-geral norte-americano, Merrick Garland, confirmou que "o Departamento de Justiça apreendeu um avião" que terá "sido adquirido ilegalmente por 13 milhões de dólares [cerca de 11 milhões de euros], através de uma empresa de fachada, e contrabandeado para fora dos Estados Unidos para ser utilizado por Nicolás Maduro e os seus comparsas".

Ainda de acordo com o Departamento de Justiça, o avião - um Dassault Falcon 900EX - foi comprado a uma empresa na Flórida e ilegalmente exportado em abril de 2023 dos Estados Unidos para a Venezuela através das Caraíbas.

Desde então tem sido usado para voar "quase exclusivamente de e para uma base militar na Venezuela" para as viagens internacionais de Maduro.

Segundo a CNN, as autoridades americanas trabalharam em estreita colaboração com a República Dominicana, que notificou a Venezuela sobre a apreensão.

A 22 de agosto, o Tribunal Supremo de Justiça (TSJ) da Venezuela, controlado pelos chavistas, validou a reeleição de Maduro para um terceiro mandato presidencial de seis anos, nas eleições de 28 de julho - uma validação de vitória rejeitada por numerosos países que instaram as autoridades venezuelanas a divulgarem os resultados eleitorais pormenorizados.

Nicolás Maduro, de 61 anos, foi, após o ato eleitoral, proclamado vencedor das presidenciais, com 52% dos votos, pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) que, no entanto, não divulgou as atas das assembleias de voto, afirmando-se vítima de um ato de pirataria informática.

Tal argumento foi então considerado pouco credível pela oposição e por numerosos observadores, que nele viram uma manobra do poder para evitar ter de apresentar a contagem de votos exata.

O anúncio da reeleição do Presidente socialista no escrutínio de julho desencadeou manifestações espontâneas, que foram violentamente reprimidas. Os protestos causaram pelo menos 27 mortos e 192 feridos e 2.400 pessoas foram detidas, de acordo com fontes oficiais.

Segundo a oposição, que tornou públicas as atas de votação obtidas graças aos seus escrutinadores, o seu candidato, Edmundo González Urrutia, venceu as eleições com mais de 60% dos votos.

Sem as mostrar, o TSJ assegurou a 22 de agosto ter verificado as atas da votação que lhe foram entregues pelo poder, bem como a veracidade do ataque informático ao CNE.

Os Estados Unidos e dez países latino-americanos rejeitaram nesse dia, num comunicado conjunto, a validação pelo TSJ dos resultados eleitorais, argumentando que a vitória presidencial de Maduro foi anunciada "com base numa ata de resultados parcial, emitida de forma oral, com números que evidenciavam impossibilidades matemáticas e sem apresentar os resultados em separado".

[Notícia atualizada às 19h40]

Leia Também: Líder da oposição acusa Maduro de condenar jovens a violência e prisão

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