Ativista turco-norte-americana foi morta por fogo israelita, revela ONU

O Gabinete de Direitos Humanos da ONU (OCHA) afirmou que as forças de segurança israelitas mataram hoje uma ativista turco-norte-americana com uma bala na cabeça, durante uma manifestação contra a construção de mais colonatos judeus no norte da Cisjordânia.

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Lusa
06/09/2024 20:56 ‧ 06/09/2024 por Lusa

Mundo

Cisjordânia

"A 06 de setembro, as FSI (Forças de Segurança Israelitas) mataram uma ativista norte-americana de 26 anos em Beita [...] disparando um tiro que a atingiu na cabeça quando ela participava numa manifestação pacífica contra a colonização" israelita, lê-se no comunicado do OCHA.

 

O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, condenou já o baleamento mortal da jovem ativista pró-palestiniana de dupla nacionalidade, norte-americana e turca, em Beita, onde o Exército israelita admitiu ter aberto fogo.

"Condeno a intervenção bárbara de Israel contra uma manifestação anti-ocupação na Cisjordânia e rezo pela misericórdia de Deus para a nossa cidadã Aysenur Ezgi Eygi, que perdeu a vida neste ataque", escreveu o presidente turco na rede social X (antigo Twitter).

O Ministério dos Negócios Estrangeiros turco havia já reagido em comunicado ao "assassínio cometido pelo Governo de [Benjamin] Netanyahu", primeiro-ministro israelita, que considerou uma "tentativa de intimidar todos os que vêm em auxílio dos palestinianos e lutam pacificamente contra o genocídio".

"Esta política de violência não produzirá quaisquer resultados", afirmou a diplomacia turca, condenando o que classificou como um "crime contra a humanidade".

Antes, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, já tinha também lamentado a morte "trágica" e "deplorável" da ativista.

"Lamentamos esta perda trágica", disse Blinken à imprensa na República Dominicana, onde está de visita.

"Quando tivermos mais informações, iremos partilhá-las, disponibilizá-las, e agiremos em conformidade", afirmou.

Em comunicado, o Exército israelita declarou que membros das forças que operam perto de Beita "responderam com fogo na direção do principal instigador de atos de violência, que tinha atirado pedras aos soldados e representava uma ameaça para eles".

O Exército está "a analisar informações segundo as quais uma cidadã estrangeira foi morta na sequência de tiros disparados na zona" e os "pormenores do incidente [bem como] as circunstâncias em que foi atingida estão a ser examinados", acrescenta a nota.

O médico Fuad Nafaa, diretor do hospital Rafidia, em Nablus, no norte da Cisjordânia, anunciou hoje à tarde a morte da jovem de 26 anos, Aysenur Egzi Eygi.

Ela "deu entrada no hospital com um ferimento de bala na cabeça e nós declarámos o óbito pelas 14:30 (12:30 de Lisboa)", declarou o responsável clínico, citado pela agência de notícias francesa AFP após contacto telefónico.

A jovem era membro do Movimento Internacional de Solidariedade (ISM), uma organização pró-palestiniana, e estava em Beita para participar numa manifestação semanal contra a expansão dos colonatos israelitas na zona, indicou a co-fundadora da organização não-governamental (ONG), Neta Golan.

Israel ocupa a Cisjordânia desde 1967, e a ONU repete regularmente que a construção de colonatos israelitas neste território palestiniano é ilegal à luz do direito internacional

Segundo dados do Ministério da Saúde palestiniano, pelo menos 661 palestinianos foram mortos por disparos de soldados ou colonos israelitas, e pelo menos 23 israelitas, incluindo soldados, morreram em ataques palestinianos ou operações militares, segundo dados oficiais israelitas.

Leia Também: Erdogan condena baleamento mortal na Cisjordânia de cidadã dos EUA e Turquia

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