Centenas participam no funeral das vítimas do ataque russo a Poltava

Centenas de pessoas despediram-se hoje das vítimas mortais do ataque aéreo russo à cidade ucraniana de Poltava, numa altura em que os ataques russos se intensificam e Volodymyr Zelenskyy promete aumentar a produção de armas.

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© Patryk Jaracz/Anadolu via Getty Images

Lusa
07/09/2024 19:02 ‧ 07/09/2024 por Lusa

Mundo

Ucrânia

Na terça-feira, um ataque russo, com dois mísseis balísticos, destruiu parcialmente um centro de treino militar em Poltava, no leste da Ucrânia, e danificou um hospital próximo, provocando mais de 50 mortos e mais de 300 feridos.

 

O ataque gerou uma condenação generalizada, especialmente por parte de Washington, que denunciou "um novo lembrete horrível da brutalidade de (Presidente russo, Vladimir) Putin".

Este sábado, segundo a agência AP, centenas de pessoas juntaram-se na Catedral da Assunção, em Poltava, para participar nas cerimónias fúnebres e prestar a última homenagem às vítimas.

Nas últimas semanas a Rússia intensificou os ataques a cidades ucranianas, com recurso a mísseis e drones, visando a infraestrutura energética em todo o país e provocando muitas vítimas mortais nas zonas residenciais.

A Força Aérea ucraniana referiu que na noite passada foram lançados 67 drones por todo o país, com defesas aéreas ativas em 11 regiões.

Segundo a mesma fonte, este sistema conseguiu abater 58 drones e outros três foram destruídos por sistemas de armas eletrónicas.

Detritos de um drone foram fotografados numa rua de Kyiv, nos arredores do parlamento da Ucrânia, não existindo registo de vítimas mortais ou danos no "Verkhovna Rada" (nome do parlamento).

Noutro local, um ataque de artilharia russo ocorrido este sábado na cidade leste da cidade ucraniana de Kostiantynivka, matou três homens e feriu outras três pessoas.

Face a esta situação, o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, apelou na sexta-feira aos países do ocidente o envio de mais armas de longo alcance e o fim das restrições da sua utilização para atacar o território russo.

"Precisamos de mais armas para repelir as forças russas do nosso país, especialmente na região de Donetsk", no leste da Ucrânia, disse o líder ucraniano durante uma reunião com os representantes dos países que apoiam a Ucrânia, na base aérea norte-americana de Ramstein, no oeste da Alemanha.

O chefe de Estado ucraniano referiu ainda que a Ucrânia está a aumentar a sua própria produção de armas.

"Estamos a estabelecer instalações de produção de armas subterrâneas para que os soldados ucranianos possam defender-se, ainda que o fornecimento [de armas] dos nossos parceiros esteja atrasado", justificou.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

Nas últimas semanas, as tropas russas, mais numerosas e mais bem equipadas, prosseguiram o seu avanço na frente oriental, apesar da ofensiva ucraniana na Rússia, na região de Kursk.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território.

Leia Também: Chefes de espionagem do Reino Unido e EUA elogiam Kyiv por incursão

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