Berlim considera esta medida necessária para "a proteção da segurança interna contra as atuais ameaças do terrorismo islâmico e da criminalidade transfronteiriça", duas semanas depois do ataque em Solingen reivindicado pelo grupo rebelde Estado Islâmico.
Segundo a agência EFE, o Ministério do Interior alemão indicou ter informado hoje a Comissão Europeia (CE) da sua intenção de introduzir, a partir de 16 de setembro, controlos temporários nas fronteiras com a França, Luxemburgo, Países Baixos, Bélgica e Dinamarca durante os próximos seis meses, alargando os controlos já existentes nas zonas fronteiriças com a Suíça, a Áustria, a República Checa e a Polónia.
No final de agosto, o Governo alemão tinha anunciado o endurecimento das leis sobre porte de armas brancas e restrições aos benefícios para determinados requerentes de asilo, após o atentado terrorista por um migrante em Solingen no mesmo mês.
Na área da política migratória, foram também avançadas medidas para agilizar as deportações de requerentes de asilo que tinham registado pedidos noutros países europeus, como ocorreu no caso do atacante em Solingen.
O ataque com faca que fez três mortos no oeste do país foi atribuído a um cidadão sírio que deveria ter sido anteriormente deportado e que jurou lealdade ao grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI).
Os três partidos da coligação liderada pelo chanceler Olaf Scholz -- sociais-democratas, ecologistas e liberais -- ficaram sob grande pressão após este ataque, ocorrido em vésperas de duas eleições regionais no leste da Alemanha.
Nas votações, os partidos da coligação de Governo saíram fragilizado das eleições regionais na Turíngia e Saxónia, onde a extrema-direita subiu de forma inédita desde a 2ª Guerra Mundial.
O líder da oposição, o presidente da União Democrata Cristã (CDU), Friedrich Merz, propôs entretanto ao chanceler alemão negociações para um acordo que permita tomar medidas para restringir a migração irregular, após o ataque de Solingen.
Em resposta, Olaf Scholz criou um grupo de trabalho, com representantes da oposição e dos governos regionais.
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