A causa da explosão na cidade costeira síria de Latakia, reduto do presidente deposto Bashar al-Assad e palco de massacres de civis nas últimas semanas, não tinha sido explicada quando a agência noticiosa oficial síria, SANA, avançou com a notícia.
A explosão foi "um acidente causado por um sucateiro que estava a desmantelar um foguete não detonado em sua casa", disse o observatório, que tem sede no Reino Unido e que tem uma importante rede de fontes em toda a Síria.
"A violenta explosão no bairro de Al-Rimal matou três pessoas e feriu 12", declarou a SANA dando conta de informações provisórias, acrescentando que as equipas de proteção civil e os residentes continuam a procurar pessoas desaparecidas.
Ward Jammoul, 32 anos, uma residente local, disse à AFP que ouviu uma "explosão forte", acrescentando que foi ao local e viu "um edifício completamente destruído".
Para o local foram enviadas equipas de salvamento e ambulâncias para o local. Ao mesmo tempo, um grande número de habitantes locais estava "à procura de pessoas presas debaixo dos escombros", acrescentou a SANA.
Segundo as estimativas internacionais, de que a organização não-governamental Handicap International (HI) deu eco em fevereiro, um milhão de engenhos explosivos foram utilizados durante os quase 14 anos de guerra civil na Síria,
De acordo com a HI, entre 100.000 e 300.000 dessas munições não explodiram.
Na semana passada, ocorreram massacres em cidades costeiras do oeste da Síria, nomeadamente em Latakia, atribuídos às forças de segurança e a grupos armados aliados.
Segundo o OSDH, foram mortos cerca de 1.500 civis, a maioria da comunidade muçulmana alauita, de onde descende o presidente deposto.
As Nações Unidas, por sua vez, afirmaram ter identificado 111 mortos.
Sexta-feira, o enviado especial da ONU para a Síria, Geir Pedersen, advertiu que a transição no país está em risco, três meses após a queda do regime de al-Assad, se não houver uma investigação sobre os recentes atos de violência.
O Presidente interino da Síria, Ahmed al-Chareh, ordenou a criação de uma comissão independente que deverá apresentar as suas conclusões no próximo mês, a fim de esclarecer os acontecimentos e levar os responsáveis a tribunal.
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