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Pronunciamento de políticos sobre droga apreendida é um "teatro"

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, considerou hoje de "teatro" os pronunciamentos de líderes políticos do país sobre a apreensão de mais de 2,6 toneladas de cocaína e afastou qualquer ligação pessoal com o assunto.

Pronunciamento de políticos sobre droga apreendida é um "teatro"
Notícias ao Minuto

16:56 - 11/09/24 por Lusa

Mundo Umaro Sissoco Embaló

"Há coisas que são mero teatro", afirmou Sissoco Embaló, quando respondia aos jornalistas, à saída de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros por si presidida, em que, entre outros assuntos, abordou a apreensão de um avião que transportava mais de 2,6 toneladas de droga no aeroporto de Bissau, no sábado passado.

 

Vários partidos da oposição responsabilizaram, através de comunicados de imprensa, o poder político pelo alegado encobrimento de tráfico de droga na Guiné-Bissau.

Questionaram, por exemplo, de quem poderia partir a autorização de aterragem de uma aeronave carregada com droga na Guiné-Bissau e que não esteja ligada ao poder instalado no país.

Umaro Sissoco Embaló afirmou que, por ser Presidente, não poderá perder o foco e dar respostas aos políticos, mas realçou que "Braima Camará, Nuno Nabiam e Domingos Simões Pereira" não podem dizer que ele é traficante de drogas.

Nuno Nabiam, ex-primeiro ministro, é o coordenador do Fórum da Salvação da Democracia (FSD), uma plataforma criada entre o Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15) e a Aliança Kumba Lanta, integrada pelo Partido da Renovação Social (PRS) e pela Assembleia do Povo Unido -- Partido Democrático da Guiné-Bissau (APU-PDGB).

Braima Camará lidera o Madem G-15, fundado com Embaló, havendo uma outra ala, liderada por Satu Camará, considerada fiel ao Presidente da Guiné-Bissau.

Domingos Simões Pereira preside ao Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e liderava o parlamento guineense dissolvido em dezembro pelo Presidente, num processo controverso por ter acontecido antes de decorridos 12 meses após as eleições legislativas, o que contraria a Constituição.

Para Sissoco Embaló, os pronunciamentos daqueles líderes políticos "é uma jogada de antecipação", na qual não irá cair.

Afirmando que na Guiné-Bissau "todos se conhecem", Embaló salientou que nunca ninguém o viu a andar com traficantes de droga e que jamais esteve preso, a não ser quando foi militar, por incumprimento de normas do exército, disse.

O Presidente guineense salientou que, pelo estatuto que já atingiu, por ter sido recebido na Casa Branca, no Congresso norte-americano e, recentemente, na China, onde esteve ao lado do chefe de Estado, jamais se poderia envolver com "coisas ilícitas".

"Gostava que estivesse agora a falar da minha visita à China, Vietname e Emirados Árabes Unidos. Isso é mais importante do que esta questão da droga. Mas a polícia de investigação está a fazer o seu trabalho. Eu não sou da polícia de investigação", sublinhou.

O Presidente guineense referiu que, nos outros países, a apreensão de droga "acontece todos os dias", mas sem ter o alarido que merece na Guiné-Bissau e deu o exemplo do Senegal, onde, disse, recentemente foi apreendida uma embarcação com "tantas toneladas de droga" sem que houvesse "teatro com isso como se faz" no país.

Umaro Sissoco Embaló destacou que elegeu o combate ao tráfico de droga e à corrupção como suas principais lutas e que, se for o caso, poderá ficar sozinho, mas nunca mudará de estratégia.

A Polícia Judiciária guineense, com o apoio de agências internacionais, apreendeu no sábado, uma aeronave, proveniente da Venezuela, carregada com mais de 2,6 toneladas de cocaína. O aparelho aterrou sem a autorização oficial. 

O Presidente guineense destacou que o aparelho foi confiscado, será vendido e o dinheiro revertido para o Estado.

Leia Também: Presidente guineense afasta recandidatura a segundo mandato

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