Segundo o porta-voz da Defesa Civil do Governo do Hamas no enclave da Faixa de Gaza, as equipas de socorro continuam à procura de eventuais mais vítimas.
Entre os mortos estão dois funcionários da agência da ONU para os refugiados palestinianos (UNRWA), mulheres e crianças, e imagens de vídeo divulgadas nos momentos que se seguiram ao ataque mostram dezenas de pessoas a escavar os escombros para resgatar os corpos dos que ficaram presos pelos projéteis israelitas.
"Recentemente, sob a direção do exército e da agência de informação interna Shin Bet [serviços secretos], a força aérea levou a cabo um ataque de precisão contra terroristas que operavam no interior de um centro de controlo do Hamas na zona de Nuseirat", anunciou hoje à tarde o exército israelita, aludindo à escola.
Segundo os militares israelitas, a escola al-Jaouni, em Nuseirat, estava a ser utilizada por milicianos palestinianos como espaço para planear e executar "ataques terroristas contra as tropas" de Israel.
O gabinete de imprensa do governo de Gaza - dirigido pela organização islamista Hamas - informou que o centro albergava mais de 5.000 pessoas deslocadas.
As forças armadas israelitas afirmaram ter tomado medidas para "mitigar o risco de ferir civis", tais como a utilização de munições de precisão, vigilância aérea e outros métodos de informação, embora normalmente façam estas afirmações sempre que atacam locais protegidos pelo direito humanitário internacional, tais como escolas ou hospitais.
Especificamente, o governo de Gaza alegou que Israel bombardeou mais de 18 escolas ou abrigos no campo de refugiados de Nuseirat.
Os bombardeamentos ocorrem numa altura em que os principais hospitais do centro da Faixa de Gaza, al-Aqsa Martyrs e al-Awda, têm dificuldades em funcionar devido ao número crescente de vítimas que recebem e a outros problemas como a falta de eletricidade.
"Consideramos a ocupação israelita e a administração norte-americana totalmente responsáveis pela continuação do crime de genocídio e pela prática de massacres contra civis na Faixa de Gaza", afirma o comunicado do governo.
As forças armadas israelitas, por seu lado, insistem que é o Hamas que abusa sistematicamente das infraestruturas civis "em violação do direito internacional".
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