Ao falar aos procuradores dos EUA, reunidos em Washington, e outros membros do Departamento de Justiça, Garland defendeu a integridade e imparcialidade do Departamento em reação a acusações republicanas de este estar a ser politizado.
Garland considerou que as normas que protegem o Departamento da interferência política importam "agora mais do que nunca".
Na sede do Departamento de Justiça, Garland disse: "As nossas normas são uma promessa de que não iremos permitir que este Departamento seja usado como arma política. E as nossas normas são uma promessa de que não iremos permitir eu esta nação se torne um país onde a aplicação da lei é tratada como um instrumento da política".
Os comentários do procurador-geral foram feitos depois de uma série de ataques dos republicanos, que dizem que o Departamento da Justiça foi usado como arma política para atacar Donald Trump.
O candidato presidencial republicano foi acusado em dois casos criminais separados pelo Jack Smith, que Garland trouxe de fora do Departamento para gerir as investigações.
Em resposta ao discurso de Garland, o porta-voz da campanha de Trump, Steven Cheung, considerou as acusações criminais contra o antigo presidente "falsas" e disse que Garland causou "um prejuízo tremendo a uma outrora grande instituição".
Garland não mencionou Trump nem os republicanos nem aludiu a casos específicos no seu discurso.
Mas condenou o que descreveu os ataques "ultrajantes" que, disse, ameaça a aplicação da lei.
"Estes ataques têm ocorrido sob a forma de teorias da conspiração, falsidades perigosas, esforços para assediar e intimidar funcionários públicos, ao individualizá-los e atacá-los publicamente, e ameaças de violência", disse Garland.
Trump tem usado as redes sociais para atacar repetidamente Smith e outros procuradores, bem como os juízes que têm julgado os seus casos.
Os republicanos têm acusado falsamente que o caso criminal que decorreu em Nova Iorque, em que Trump foi condenado em 34 acusações, em maio, tinha sido orquestrado pelo presidente Joe Biden e pelo Departamento de Justiça.
Garland assegurou ainda que os funcionários do Departamento têm tornado claro, através do seu trabalho, que "não fazem política, nem cedem a pressões".
Acentuou também que "não uma regra para amigos e outra para inimigos, uma para os poderosos e outra para os fracos, uma para os rios e outra para os pobres, umas para os democratas e outra para os republicanos ou regras diferentes conforme a raça e a etnia de cada um".
O que se passa, asseverou, é o contrário: "Temos apenas uma regra, que é a de seguir os factos e aplicar a lei de uma forma que respeite a Constituição e proteja as liberdades cívicas".
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