Umaro Sissoco Embaló havia anunciado que não se iria candidatar a um segundo mandato após acatar os conselhos da sua mulher.
"É uma decisão tomada ouvindo a opinião da minha mulher, que é a minha primeira família", declarou Embaló à saída da reunião do Conselho de Ministros por si presidida.
Ao discursar hoje na reunião do Conselho Nacional de uma ala do Movimento para a Alternância Democrática (Madem G-15), que lhe é fiel, Umaro Sissoco Embalo admitiu, perante uma assistência entusiástica de militantes daquele partido, que poderá ser candidato.
"Se ontem [na passada terça-feira] disse que não iria recandidatar-me para um segundo mandato, se entenderem que eu devo o fazer, estou à vossa disposição. Não estou por cima de vós", observou Embalo.
O político destacou estar à disposição dos cidadãos guineenses para enfrentar quaisquer ameaças.
"Se entenderem que continuo a ser a solução estarei à vossa frente", frisou Umaro Sissoco Embaló.
O Madem G15, partido fundado em 2018 por dissidentes do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), está dividido atualmente em dois grupos.
O grupo de militantes hoje reunidos em Conselho Nacional, num dos hotéis de Bissau, diz-se disponível para apoiar um segundo mandato de Umaro Sissoco Embalo e um outro grupo é contra essa pretensão do político.
O grupo hoje reunido é liderado pela veterana de luta pela independência da Guiné-Bissau Satu Camará, e o outro grupo é dirigido pelo empresário Braima Camará, que se considera líder legítimo por ter sido eleito num congresso ordinário em 2022 para um mandato de quatro anos.
As disputas no seio do Madem encontram-se em tribunal a aguardar uma decisão final que deverá ser conhecida após as férias judiciais, em outubro próximo.
Umaro Sissoco Embalo anunciou no seu discurso que aceita a distinção que lhe foi feita pelo grupo de militantes de Madem que o considera presidente de honra do partido.
"Agradeço a distinção que me fizeram para ser o presidente de honra do Madem e da mesma forma que eu sou presidente de honra de todos os partidos políticos da Guiné-Bissau", declarou o chefe de Estado guineense.
Bastante criticado no país por políticos e membros da sociedade civil, que lembram que as funções de Presidente da República são incompatíveis com as de outra natureza, Umaro Sissoco Embalo afirmou que ninguém lhe tira o direito de ser membro fundador do Madem.
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