Israel admite que ataque aéreo em novembro tenha matado 3 reféns em Gaza

O exército israelita admitiu hoje que há uma "alta probabilidade" de que três reféns sequestrados pelo movimento palestiniano Hamas em 07 de outubro, e encontrados mortos há meses, tenham morrido num ataque aéreo desencadeado pelas suas forças.

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© THOMAS COEX/AFP via Getty Images

Lusa
15/09/2024 16:07 ‧ 15/09/2024 por Lusa

Mundo

Médio Oriente

A possibilidade surge nas conclusões de uma investigação às mortes do cabo Nik Beizer e do sargento Ron Sherman, ambos com 19 anos, e da civil Elia Toledano, com 28 anos, todos sequestrados no ataque do Hamas realizado em território israelita em 07 de outubro.

 

Os corpos das três vítimas foram recuperados em dezembro, num túnel localizado no Norte da Faixa de Gaza, mas a causa da morte só foi determinada recentemente, com base no local onde os corpos foram recuperados, em relatórios patológicos e noutras informações de segurança.

No relatório da investigação, o exército israelita realça que "não é possível determinar definitivamente as circunstâncias de suas mortes", mas reconhece a "alta probabilidade" de os três reféns terem sido mortos num ataque aéreo israelita realizado em novembro, que também matou um comandante do Hamas, Ahmed Ghandour.

"A investigação mostra que os três reféns foram mantidos no complexo de túneis a partir do qual operava Ghandour. No momento do ataque, não tínhamos informações sobre a presença de reféns", explica o exército israelita, no relatório divulgado, citado pelas agências internacionais.

Estes três reféns juntam-se a outros três prisioneiros mortos a tiro "por engano" pelas tropas israelitas em meados de dezembro, em Shujaiya, nos arredores da cidade de Gaza.

As conclusões conhecidas hoje podem aumentar a pressão sobre o governo de Telavive para fechar um acordo de libertação da centena de reféns que ainda está nas mãos do Hamas.

Os protestos que apelam a um acordo para libertar os reféns em Gaza têm sido regulares nos últimos meses, mas até agora não conseguiram convencer o governo israelita a suavizar a sua posição.

As negociações para um cessar-fogo com vista à libertação dos reféns israelitas que ainda se encontram no enclave palestiniano estão estagnadas, apesar dos esforços dos países mediadores (Estados Unidos, Egito e Qatar) para relançar as conversações.

O principal obstáculo reside na insistência das autoridades israelitas em manter uma presença militar em dois pontos-chave da Faixa de Gaza: o Corredor de Filadélfia, que a separa do Egito, e o Corredor de Netzarim, uma via artificial criada pelo exército israelita que divide o território a meio.

O Hamas reiterou em várias ocasiões que não assinará um acordo que não inclua a retirada total das forças israelitas de Gaza.

Israel está em guerra contra o Hamas desde o ataque desencadeado pelo movimento islâmico palestiniano a 07 de outubro, que causou a morte a 1.205 pessoas, na maioria civis, segundo um balanço da AFP baseado em números oficiais israelitas, que inclui reféns mortos em cativeiro.

A operação militar israelita de resposta ao ataque de 07 de outubro já causou pelo menos 41.182 mortos, segundo o ministério da saúde do governo do Hamas em Gaza, que não especifica a percentagem de combatentes e civis mortos.

Leia Também: Netanyahu visita EUA no dia 24 (e vai discursar na Assembleia da ONU)

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