Lukashenko indulta 37 prisioneiros condenados por "extremismo"

Entre os prisioneiros amnistiados, cujas identidades não foram reveladas, encontram-se seis mulheres e pessoas com problemas de saúde.

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Lusa
16/09/2024 15:27 ‧ 16/09/2024 por Lusa

Mundo

Bielorrússia/Eleições

Num comunicado, a Presidência bielorrussa indicou que, entre os prisioneiros amnistiados, cujas identidades não foram reveladas, se encontram seis mulheres e pessoas com problemas de saúde.

 

Nos últimos dois meses, as autoridades bielorrussas emitiram vários perdões para pessoas na prisão por protestarem contra o Governo: no início de setembro, Lukashenko indultou 30 presos políticos, depois de ter amnistiado outros 30, em meados de agosto.

Em todos os casos, a Presidência afirmou que os presos se tinham arrependido e apresentado um pedido de perdão da pena.

Segundo a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos Viasna, mais 20 pessoas tinham sido libertadas em julho, depois de terem cumprido as respetivas penas, e outras 18 foram "amnistiadas ou trocadas".

O aliado de Moscovo, que está sob sanções ocidentais devido à repressão política interna e ao apoio dado à invasão russa da Ucrânia, tem ainda mais de 1.300 presos políticos, de acordo com a Viasna.

No poder há 30 anos, Lukashenko governa sem quem lhe faça frente e esmagou em várias ocasiões movimentos de contestação, tendo em fevereiro anunciado a intenção de se candidatar a mais um mandato no próximo ano.

Em agosto de 2020, depois de a sua reeleição ter sido considerada fraudulenta pela oposição, dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se durante semanas para exigir a sua demissão, no maior movimento de protesto desde a independência da Bielorrússia, em 1991.

Milhares de pessoas foram em seguida detidas, outras torturadas, e ativistas e jornalistas foram condenados a longas penas de prisão. Centenas de milhares de cidadãos bielorrussos fugiram à repressão, em especial para a vizinha Polónia.

A líder da oposição bielorrussa no exílio, Svetlana Tikhanovskaya, expressa regularmente preocupação com o estado de saúde de determinados presos políticos que enfrentam duras condições de encarceramento e, em alguns casos, estão em isolamento.

É esse, por exemplo, o caso de Maria Kolesnikova, figura de proa do movimento de contestação de 2020, que, segundo o seu círculo próximo, perdeu muito peso na prisão e está há mais de um ano e meio privada de qualquer contacto com o mundo exterior.

Leia Também: Putin atribui a Lukashenko maior condecoração russa

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