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Riade não terá relações diplomáticas com Israel sem Estado palestiniano

O príncipe herdeiro saudita, e dirigente de facto do reino, Mohammed bin Salman, disse hoje que a Arábia Saudita não estabeleceria relações diplomáticas com Israel antes da "criação de um Estado palestiniano".

Riade não terá relações diplomáticas com Israel sem Estado palestiniano
Notícias ao Minuto

23:02 - 18/09/24 por Lusa

Mundo Israel/Palestina

Como disse: "O reino não vai parar o seu trabalho incansável para estabelecer um Estado palestiniano independente, com Jerusalém-Este como capital, nem estabelecer relações diplomáticas com Israel antes de isto acontecer".

 

As declarações de MBS, como também é designado o príncipe herdeiro, foram proferidas durante uma reunião do conselho de aconselhamento do governo, o Conselho da Choura.

MBS fustigou "os crimes das forças de ocupação israelitas contra o povo palestiniano", no seguimento da aprovação pela Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas de uma resolução em que se reclama o fim da ocupação dos Territórios Palestinianos, dentro de um ano.

A Arábia Saudita, que tem dois dos locais mais santos do Islão, nunca reconheceu Israel e não se juntou aos ditos Acordos de Abraão, impulsionados pelos EUA em 2020, que conduziram os vizinhos do Golfo -- Barém e Emirados Árabes Unidos -- a estabelecer laços formais com Israel, tal como Marrocos.

O governo dos EUA expressou, por várias vezes, a sua esperança de chegar a um acordo de normalização com Riade, o que poderia alterar o panorama da região.

"Se conseguirmos obter um cessar-fogo na Faixa de Gaza, podemos avançar na via da normalização" entre Israel e Arábia Saudita, disse no início de setembro o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken.

Mas "as posições extremistas, duras e irresponsáveis de Netanyahu durante a gyuerra de Gaza conduziram Mohammed bin Salman a tomar esta decisão firme", disse à AFP o observador saudita Suleiman al-Aqili, referindo-se às declarações de hoje.

Em setembro de 2023, antes do ataque inédito do Hamas a Israel, que desencadeou as atuais operações militares israelitas na Faixa de Gaza, MBS tinha declarado que se "aproximava todos os dias" de um acordo que deveria reforçar a parceria de segurança entre Washington e Ryad.

Na altura, os analistas afirmavam que Riade negociava com força para obter ganhos, como garantias de segurança e assistência para um programa nuclear civil capaz de produzir urânio.

Um mês depois, o reino saudita suspendeu todas as negociações de normalização com Israel, no contexto da ofensiva israelita na Faixa de Gaza.

Hoje, o príncipe saudita, de 39 anos, afirmou que a questão palestiniana estava "no primeiro plano".

Ao adotar esta posição, a menos de dois meses da eleição presidencial norte-americana, em 05 de novembro, MBS "está a dirigir-se à próxima administração [governo] norte-americana, a planificar as grandes linhas de negociação, fazendo compreender que a questão palestiniana é importante", detalhou paria a AFP o analista saudita Aziz Alghashian.

Leia Também: Hamas diz que explosões no Líbano uma ameaça à estabilidade na região

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