Von der Leyen anuncia apoio de 160 milhões de euros e viagem a Kyiv

A presidente da Comissão Europeia anunciou hoje um apoio comunitário de 160 milhões de euros para apoiar a preparação do inverno na Ucrânia, em abrigos e obras de reparação, divulgando também que se deslocará a Kiev na sexta-feira.

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© Kay Nietfeld/picture alliance via Getty Images

Lusa
19/09/2024 10:33 ‧ 19/09/2024 por Lusa

Mundo

Guerra na Ucrânia

"Hoje posso anunciar que disponibilizaremos um montante adicional de cerca de 160 milhões de euros para o inverno [na Ucrânia], o que inclui 60 milhões de euros para ajuda a abrigos e aquecedores, por exemplo, bem como cerca de 100 milhões de euros para obras de reparação e energias renováveis", anunciou Ursula von der Leyen, falando em conferência de imprensa na sede da instituição, em Bruxelas.

 

A líder do executivo comunitário especificou que estes últimos 100 milhões de euros "provêm das receitas dos ativos russos imobilizados na União Europeia", numa alusão às verbas congeladas no espaço comunitário na sequência das sanções europeias ao banco central russo.

Ursula von der Leyen vincou ser "justo que a Rússia pague pela destruição que causou", nomeadamente no setor energético, desde que invadiu o país em fevereiro de 2022, argumentando que o bloco continuará "a transferir parte das receitas dos ativos russos imobilizados para a resiliência energética da Ucrânia".

"Dentro de duas semanas, começa a estação de aquecimento, com as temperaturas a descer, e a União Europeia está pronta para intensificar o seu apoio à Ucrânia. Estamos a preparar-nos juntos para o inverno e, após esta conferência de imprensa, deslocar-me-ei amanhã [sexta-feira] a Kiev para discutir pessoalmente estas questões com o Presidente [ucraniano], Zelensky, no âmbito dos nossos esforços para ajudar a Ucrânia", anunciou ainda.

De acordo com fontes europeias, a viagem inicia-se a partir da Polónia, país ao qual Ursula von der Leyen se desloca esta tarde para avaliar o impacto das cheias no país, aquelas que podem ser as piores em 20 anos na República Central.

Estima-se que a responsável chegue a Kiev na sexta-feira de manhã, segundo as mesmas fontes.

Globalmente, o apoio europeu ao setor energético da Ucrânia desde fevereiro de 2022 ascende a cerca de dois mil milhões de euros.

Dentro de um mês, assinalam-se 1.000 dias do conflito e, de acordo com dados de Bruxelas, de momento a Ucrânia precisa de 17 gigawatts de capacidade elétrica para este inverno.

O plano hoje anunciado pela Comissão Europeia incide na reparação, interligação e estabilização e, no que toca ao primeiro elemento, está previsto 2,5 gigawatts de capacidade neste inverno, o equivalente a aproximadamente 15% das necessidades da Ucrânia.

Ao todo, 80% das centrais térmicas da Ucrânia foram destruídas pela Rússia, tal como um terço da sua capacidade hidroelétrica.

Outro apoio incide sobre a interligação e, como a Ucrânia está hoje ligada à rede europeia, será possível exportar dois gigawatts de eletricidade para território ucraniano, cobrindo cerca de 12% das necessidades do país durante o inverno.

Além disso, de momento, foram já entregues à Ucrânia, mais de 10 mil geradores e transformadores de energia doados pelos Estados-membros, estando prevista ainda mais ajuda.

No que toca à estabilização do fluxo de energia, a União Europeia quer instalar painéis solares em 21 hospitais do país para garantir o fornecimento contínuo de energia.

As infraestruturas energéticas da Ucrânia têm sido das mais afetadas pelos ataques russos, já que, a 26 de agosto por exemplo, foram lançados mais de 230 mísseis durante um ataque de 12 horas que atingiriam centrais elétricas, subestações e outros equipamentos essenciais, levando a que milhões de ucranianos ficassem sem eletricidade durante várias horas.

Bruxelas quer evitar situações semelhantes, nomeadamente perante as baixas temperaturas da estação fria na Ucrânia.

[Notícia atualizada às 11h45]

Leia Também: Trump diz que deverá encontrar-se com Zelensky na próxima semana

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