"Devemos deixar Michel Barnier trabalhar", disse Emmanuel Macron numa breve declaração à imprensa durante uma visita à cidade de Chartres, no sul de Paris.
O chefe de Estado francês insistiu que é "importante que todos os grupos políticos empenhados e com sentido de responsabilidade ajudem [Barnier] nesta tarefa".
Quando questionado sobre a inclusão na lista de ministros da senadora conservadora Laurence Garnier, que tem gerado polémica pelas suas posições sobre o casamento e contra o aborto, Macron referiu que o primeiro-ministro tem "total liberdade" para formar o seu executivo.
"Até à data, nenhum governo foi posto em cima da mesa", disse Emmanuel Macron, acrescentando que "todos têm de ajudar a ter sucesso porque é do interesse coletivo".
O Presidente francês, que nomeia formalmente os ministros, recebeu Michel Barnier, primeiro-ministro desde 05 de setembro, na tarde de quinta-feira no Palácio do Eliseu para este lhe apresentar a sua proposta de composição do executivo, com uma proposta de 38 ministros.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro anunciou que a França deverá ter um governo "antes de domingo".
A equipa governamental de Barnier terá como prioridades a melhoria do poder de compra e dos serviços públicos, o controlo da imigração, a segurança, a atratividade da economia francesa, o controlo da dívida pública e a redução da dívida ecológica.
A imprensa divulgou que a lista de nomes proposta gerou mal-estar entre os partidos centristas, porque há figuras conhecidas por fazerem parte da direita mais conservadora, nomeadamente Bruno Retailleau, a quem é atribuída a pasta do Interior, e Laurence Garnier, com a pasta da Família.
A França tem estado com um governo interino desde as eleições legislativas antecipadas convocadas por Macron em 30 de junho e 07 de julho, que deixaram a Assembleia Nacional fragmentada e sem uma maioria clara.
O primeiro bloco na câmara dos deputados é a esquerda: a coligação Nova Frente Popular (NFP) tem 193 lugares num total de 577 deputados, muito aquém dos 289 necessários para uma maioria absoluta.
Michel Barnier, um antigo comissário europeu, é membro do partido de direita convencional Republicanos (LR), que tem 47 deputados, e o principal apoio ao seu executivo deverá ser o campo macronista, com 166 lugares.
A União Nacional (RN na sigla em francês, extrema-direita) de Marine Le Pen, ficou com os seus aliados em primeiro lugar em termos de número total de votos, mas apenas 142 deputados, devido à chamada estratégia do "cordão sanitário" aplicada pelos outros partidos na segunda volta.
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