Durante uma reunião bilateral com o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araghchi, que decorreu na terça-feira à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, o alto representante da União Europeia (UE) para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Josep Borrell, "salientou a forte condenação da UE da recente transferência de mísseis balísticos de fabrico iraniano para a Rússia" -- que motivou sanções dos Estados Unidos, Reino Unido, França e Alemanha contra Teerão, segundo referiu um comunicado da diplomacia europeia, hoje divulgado.
De acordo com a nota informativa, Borrell transmitiu ao Governo iraniano que considera o fornecimento de tais armas - que Teerão sempre negou - "uma ameaça direta à segurança europeia" e "uma escalada material substancial, após o fornecimento de UAV e munições iranianas, que a Rússia utilizou nos seus ataques ilegais contra alvos civis na Ucrânia".
Sobre o Médio Oriente, especificou o comunicado, o alto representante da UE "salientou que o risco de uma escalada militar total, com consequências devastadoras para toda a região, deve ser abordado com urgência".
Borrell "apelou ao Irão para que utilize a sua influência para evitar uma nova escalada", acrescentou o texto.
Para a UE, "um cessar-fogo e um acordo sobre os reféns devem ser a verdadeira prioridade para melhorar a situação dos civis em Gaza e aliviar as tensões".
O representante abordou ainda "a importância dos direitos humanos e das liberdades fundamentais".
"A UE continuará a apelar às autoridades iranianas para que respeitem e defendam os direitos de todos os seus cidadãos e ponham termo à prática da detenção arbitrária, incluindo de cidadãos da UE", referiu a mesma nota.
Por fim, Borrell sublinhou "a importância de uma diplomacia nuclear renovada" e manifestou a sua "disponibilidade permanente para facilitar uma solução diplomática que dê resposta às preocupações das diferentes partes".
Já o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano relatou, através da rede social X, ter tido "conversas úteis" com o alto representante dos 27 do bloco europeu "sobre uma série de questões de interesse/preocupação mútua, nomeadamente as conversações nucleares, a situação perigosa no Médio Oriente causada pela agressão israelita ao Líbano, a Ucrânia e a necessidade de evitar a duplicidade de critérios em matéria de direitos humanos".
Abbas Araghchi disse ter instado a UE a "deixar de apoiar o regime israelita por parte de alguns dos seus membros" e a "adotar uma posição europeia unificada para travar a escalada israelita na região".
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