Os bombardeamentos do Exército israelita ao Líbano fizeram pelo menos 558 mortos na segunda-feira, o maior número de mortos num só dia desde a guerra civil naquele país (1975-1990), ao passo que o movimento xiita libanês Hezbollah disparou 'rockets' para o norte de Israel, obrigando civis israelitas a refugiar-se em abrigos.
"Mais de mil ataques israelitas em todo o Líbano" esta semana "mataram centenas de pessoas e feriram milhares (...), colocando os civis em grave perigo", advertiu a organização não-governamental (ONG) de defesa dos direitos humanos num comunicado.
Os Estados-membros da ONU "devem agir com toda a urgência, lançando uma investigação independente sobre os crimes cometidos durante a violência em curso", apelou a diretora da HRW para o Médio Oriente e Norte de África, Lama Fakih.
"É essencial que Israel e o Hezbollah respeitem as leis da guerra, para reduzir ao mínimo os danos causados aos civis", sustentou.
"A presença de um comandante do Hezbollah, de um lança-'rockets' ou de instalações militares numa zona povoada não justifica o seu ataque sem ter em consideração a população civil", acrescentou a responsável da ONG.
Mais de 90.000 pessoas foram deslocadas no Líbano desde segunda-feira, segundo a ONU.
Na terça-feira, o International Rescue Committee (Comissão Internacional de Salvamento) expressou a sua "profunda preocupação com a escalada do conflito no Líbano", acrescentando: "A permanente insegurança poderá obstruir consideravelmente a nossa capacidade de fornecer ajuda vital àqueles que dela necessitam".
Na segunda-feira, a ONG Conselho Norueguês para os Refugiados emitiu um apelo urgente "para uma redução imediata por todas as partes da intensidade do conflito e para o fim dos ataques indiscriminados, que estão a destruir as habitações e as infraestruturas civis".
"Atacar zonas civis no sul e no leste do Líbano, bem como no norte de Israel está a fazer escalar as hostilidades a um nível extremamente perigoso", declarou a organização num comunicado.
Desde o início da guerra, a 07 de outubro de 2023, entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza, o Exército israelita e o Hezbollah, aliado do movimento islamita palestiniano, têm estado envolvidos em fogo cruzado, que se intensificou nos últimos dias, aumentando, ao abrir uma segunda frente de batalha com Israel, a ameaça do alastramento da guerra a toda a região do Médio Oriente.
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