"Acolhemos com satisfação e aplaudimos o apelo por um cessar-fogo imediato de 21 dias para que a diplomacia possa ter sucesso. Contamos com o apoio inequívoco de todos para que se possa aproveitar esta oportunidade", disse a chefe da missão das Nações Unidas na rede social X.
Hennis-Plasschaert referia-se ao apelo feito pelos Estados Unidos e países aliados como o Canadá, França, Alemanha, Austrália, União Europeia, Itália, Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Reino Unido e Qatar, que tem também como objetivo promover negociações sobre os reféns israelitas que ainda estão em Gaza.
"A situação entre o Líbano e Israel desde 08 de outubro de 2023 é intolerável e apresenta um risco inaceitável de uma escalada regional mais ampla", afirmaram esses países numa declaração conjunta emitida pela Casa Branca, no âmbito da Assembleia Geral das Nações Unidas, que se realiza em Nova Iorque.
Estes países sublinharam que um cessar-fogo é imperativo para permitir que os civis dos dois lados da fronteira regressem às suas casas "em segurança", depois de dezenas de milhares de pessoas terem sido forçadas a abandonarem as suas casas nos últimos dias devido aos bombardeamentos israelitas.
Esta declaração visava também prevenir uma possível invasão terrestre israelita do sul do Líbano. A intensa campanha de bombardeamentos de Israel, que começou na segunda-feira contra várias regiões do sul e do leste do Líbano, assim como contra os subúrbios do sul de Beirute e cidades mais a norte da capital, já provocou mais de 600 mortos, segundo dados fornecidos pelas autoridades libanesas.
Por outro lado, vários ministros israelitas apelaram hoje ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, que não aceite o pedido de tréguas de 21 dias com o Hezbollah.
O ministro das Finanças de Israel, o ultranacionalista Bezalel Smotrich, declarou na rede social X que "a campanha (militar) no norte deve terminar com um cenário: esmagar o Hezbollah e negar a sua capacidade de causar danos aos residentes no norte" de Israel.
"Não deve ser dado tempo ao inimigo para recuperar dos fortes golpes recebidos e reorganizar-se para continuar a guerra após 21 dias", sustentou Smotrich, antes de acrescentar que "a rendição do Hezbollah ou a guerra são as únicas formas para devolver a segurança aos residentes no norte do país".
Já a Ministra dos Colonatos e Projetos Nacionais, Orit Strock -- do partido de Smotrich -- enfatizou que "não há mandato moral para um cessar-fogo, nem por 21 dias nem por 21 horas. O Hezbollah transformou o Líbano num barril de explosivos", declarou a ministra no X.
O Ministro do Património, Amichai Eliyahu, que disse que os esforços para alcançar um cessar-fogo envolvem uma "hipocrisia perigosa".
"Não abdicaremos da nossa segurança em troca de uma falsa paz", disse Eliyahu, membro do partido de extrema-direita Otzma Yehudit, que nas últimas horas convocou uma "reunião urgente" para debater em breve a proposta, segundo ao jornal israelita The Times of Israel.
No entanto, o líder da oposição israelita Yair Lapid defendeu que o Governo deveria aceitar a proposta, mas "apenas por sete dias", com o objetivo de "não permitir que o Hezbollah restabeleça os seus sistemas de comando e controlo".
"Não aceitaremos propostas que não incluam a eliminação do Hezbollah da nossa fronteira norte", disse Lapid no X, sublinhando que "qualquer proposta apresentada deve permitir que os residentes do norte regressem imediatamente e em segurança às suas casas".
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