Nasrallah foi morto num bombardeamento israelita realizado na sexta-feira à tarde contra a sede do Hezbollah, num subúrbio do sul de Beirute.
Israel anunciou a morte de Nasrallah no sábado de manhã e o Hezbollah confirmou-a horas depois.
Eis algumas das principais reações nas últimas horas, numa compilação da agência francesa AFP:
China: preocupação profunda
A diplomacia de Pequim disse hoje que está a acompanhar a situação com muita atenção e que está "profundamente preocupada com a escalada das tensões" no Médio Oriente.
"A China apela às partes envolvidas, em particular a Israel, para que tomem medidas imediatas para acalmar a situação e evitar que o conflito se alastre ainda mais ou fique fora de controlo", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros num comunicado.
EUA: justiça para as vítimas
O principal aliado de Israel considerou a morte de Nasrallah "uma medida de justiça", com o Presidente Joe Biden a lembrar as muitas vítimas de Nasrallah, "incluindo milhares de civis norte-americanos, israelitas e libaneses".
Os Estados Unidos, que têm o Hezbollah na lista de organizações terroristas, responsabilizaram o grupo por um atentado que matou mais de 200 fuzileiros norte-americanos em Beirute, em 1983, e pela tomada de reféns ocidentais durante a guerra no Líbano.
A vice-presidente norte-americana e candidata presidencial, Kamala Harris, chamou a Nasrallah "um terrorista com sangue americano nas mãos".
Rússia: condenação veemente
Moscovo, um aliado próximo de Teerão, condenou veementemente o assassinato de Nasrallah, afirmando que Israel terá "total responsabilidade" pelas possíveis consequências dramáticas na região.
"A minha impressão é que algumas pessoas estão a tentar provocar o Irão, apenas para provocar os Estados Unidos e depois desencadear uma guerra total em toda a região", disse o chefe da diplomacia russa, Serguei Lavrov.
Irão: destruição de Israel
O primeiro vice-presidente, Mohammad Reza Aref, avisou que o assassinato de Nasrallah levará à destruição de Israel.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano assegurou que a "linha gloriosa do líder da resistência, Hassan Nasrallah, vai continuar e o seu objetivo sagrado será alcançado com a libertação de Qods [Jerusalém], se Deus quiser".
Síria: desprezível agressão de Israel
A Síria, aliada do Hezbollah, denunciou a "desprezível agressão" de Israel e o "desprezo pelo direito internacional".
Hamas: ato cobarde de terrorismo
O movimento islamista palestiniano Hamas, apoiado pelo Irão, denunciou um "ato cobarde de terrorismo" por parte de Israel.
O grupo extremista enfrenta uma ofensiva militar israelita na Faixa de Gaza e tinha no Hezbollah um dos maiores aliados, dado que Nasrallah abriu uma nova frente de guerra ao atacar o norte de Israel a partir do sul do Líbano.
Turquia: Erdogan não comenta Nasrallah, mas critica Israel
O Presidente Recep Tayyip Erdogan não comentou a morte de Nasrallah, mas, numa mensagem divulgada após a confirmação da morte, declarou que "o Líbano e o povo libanês são o novo alvo da política de genocídio, ocupação e invasão levada a cabo por Israel desde 07 de outubro".
Apelou também ao fim das "tentativas de Israel de alargar a sua política insensata (...) ao Líbano e a outros países da região".
Alemanha: situação muito perigosa
Berlim, através da chefe da diplomacia, Annalena Baerbock, deplorou uma situação "muito perigosa" e um risco de desestabilização que "não é de todo do interesse da segurança de Israel".
França: situação extremamente grave
O primeiro-ministro Michel Barnier declarou que a situação no Líbano "continua extremamente grave" e que estava "preocupado com a segurança" dos franceses no país.
Paris apelou a Israel para "cessar imediatamente" os ataques no Líbano e não lançar uma "operação terrestre".
Aos "outros intervenientes, em particular o Hezbollah e o Irão", apelou para "se absterem de qualquer ação suscetível de conduzir (...) a uma conflagração regional".
ONU: escalada dramática
O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou estar "muito preocupado com a escalada dramática" em Beirute nas últimas 24 horas.
"Este ciclo de violência tem de parar agora e todas as partes têm de se afastar do precipício", acrescentou.
Arábia Saudita: apelo para provas de sensatez e de contenção
"Esta escalada não terá qualquer impacto positivo em nenhuma das partes. É também suscetível de ter repercussões negativas para toda a região", declarou o chefe da diplomacia saudita, Faisal ben Farhane, referindo-se à situação no Líbano em geral e não especificamente à morte de Nasrallah.
"Apelamos a todas as partes para que deem provas de sensatez e de contenção, a fim de evitar que se desencadeie uma verdadeira guerra na região", acrescentou.
Canadá: morte de líder de uma organização terrorista
Hassan Nasrallah "era o líder de uma organização terrorista que atacou e matou civis inocentes, causando imenso sofrimento em toda a região", escreveu o primeiro-ministro Justin Trudeau nas redes sociais.
"Apelamos à calma e à contenção neste momento crítico", acrescentou.
Cuba: assassínio cobarde
O Presidente Miguel Diaz-Canel denunciou um "assassínio cobarde" que "ameaça seriamente a paz e a segurança regional e mundial, pelo qual Israel é totalmente responsável com a cumplicidade dos Estados Unidos".
Argentina: mundo mais livre
O Presidente argentino, Javier Milei, reagiu nas redes sociais difundindo uma mensagem de um dos membros do seu conselho económico, David Epstein: "Israel eliminou um dos maiores assassinos contemporâneos (...). Hoje, o mundo é um pouco mais livre".
Venezuela: solidariedade com a família
O Presidente Nicolas Maduro expressou solidariedade para com a família de Nasrallah e para "com o povo do Líbano".
"Para o assassinar, atacaram edifícios e mataram centenas de pessoas. Isso tem um nome: crime", acrescentou.
Leia Também: Israel anuncia morte de mais uma figura importante do Hezbollah