Estado-Maior do Exército israelita ameça Huthis que pode ir mais longe
O chefe do Estado-Maior do Exército israelita alertou hoje os rebeldes Huthis do Iémen que o ataque "em grande escala" na cidade portuária de Hodeida, é um exemplo de até onde podem ir com os seus bombardeamentos.
© GIL COHEN-MAGEN/AFP via Getty Images
Mundo Médio Oriente
"Atacámos os Huthis no Iémen. Sabemos ir muito longe, sabemos ir ainda mais longe e sabemos como atacar lá com precisão. Isto não é uma mensagem, é uma ação", afirmou Herzi Halevi.
Os bombardeamentos israelitas no Iémen, que provocaram pelo menos quatro mortos e 40 feridos num relatório preliminar, ocorrem um dia depois de os rebeldes xiitas terem lançado um míssil balístico contra o aeroporto Ben Gurion, em Telavive, que foi intercetado, segundo o Exército, quando o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, estava a chegar.
O Exército israelita afirmou, em comunicado, que dezenas de aviões, incluindo caças, atacaram hoje "objectivos militares" Huthis nas áreas de Ras Issa e Al Hodeida, no oeste do país, com o objetivo de danificar ou destruir "centrais elétricas e o porto marítimo, usado para importar petróleo".
Halevi fez ainda referência na sua declaração à escalada da guerra contra o partido miliciano Hezbollah na frente norte, onde hoje os ataques israelitas mataram 50 pessoas, depois de decapitar o grupo do seu líder histórico, Hassan Nasrallah, na sexta-feira, num bombardeamento nos subúrbios de Beirute.
"O Hezbollah foi duramente atingido no último mês, nas últimas duas semanas e nos últimos três dias. Ele perdeu a cabeça (Nasrallah) e devemos continuar a atacá-lo com mais força. Este é o foco principal e também devemos adaptar as nossas ferramentas para outros locais", acrescentou o chefe do Estado-Maior do Exército israelita, citado pela agência Efe.
As forças armadas israelitas afirmaram hoje ter morto um dirigente de topo do Hezbollah, num ataque aéreo, quando o grupo libanês estava a recuperar de uma série de ataques devastadores que provocaram a morte do líder, Hassan Nasrallah.
Segundo as forças militares, Nabil Kaouk, o número dois do Conselho Central do Hezbollah, foi morto no sábado.
Com esta morte, são já sete as vítimas entre dirigentes de topo do Hezbollah em pouco mais de uma semana, incluindo membros fundadores que escaparam à prisão e à morte durante décadas.
Entre elas, Ali Karaki, o comandante de operações do Hezbollah, que morreu na sexta-feira no mesmo ataque que matou Nasrallah, e que visou um complexo subterrâneo em Beirute onde o líder do Hezbollah e outros dirigentes se reuniram.
O Irão confirmou a morte no mesmo ataque do general de brigada Abbas Nilfroshan, adjunto para as operações do chefe dos Guardas da Revolução, o exército ideológico da República Islâmica.
Israel e Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado diário desde 07 de outubro de 2023, após o ataque do Hamas em solo israelita que desencadeou a atual guerra na Faixa de Gaza, levando a que dezenas de milhares de pessoas tenham abandonado as suas casas em ambos os lados da fronteira israelo-libanesa.
Os ataques de Israel contra o Hezbollah intensificaram-se de forma substancial nos últimos dias, após as autoridades militares de Telavive terem anunciado uma deslocação das operações da Faixa de Gaza para o norte do país.
O Hezbollah integra o chamado "Eixo da Resistência", uma coligação liderada pelo Irão de que fazem parte também, entre outros, o grupo extremista palestiniano Hamas e os rebeldes Huthis do Iémen.
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