Sublinhando a sua "profunda preocupação" com a situação no país pobre das Caraíbas, onde agora metade da população passa fome, a resolução adotada por unanimidade prorroga até 02 de outubro de 2025 o mandato desta missão multinacional de apoio à segurança (MMAS) liderada pelo Quénia para ajudar a polícia haitiana, oprimida pela violência das gangues.
Vários meses depois da primeira luz verde do Conselho, em outubro de 2023, o Quénia começou a destacar os seus primeiros contingentes neste verão, totalizando agora pouco menos de 400 polícias, além de cerca de 20 homens da Jamaica e do Belize. O seu presidente, William Ruto, garantiu na semana passada que concluiria o destacamento até janeiro para atingir 2.500 policiais.
Mas enquanto a missão enfrenta uma flagrante falta de financiamento e equipamento, o presidente do conselho de transição do Haiti, Edgard Leblanc Fils, convocou na semana passada, na assembleia-geral da ONU, uma "reflexão" sobre a sua transformação numa " missão de operação de manutenção da paz" das Nações Unidas.
Uma evolução "crucial" para "criar as condições necessárias para a realização de eleições livres e justas num futuro próximo", insistiu hoje o embaixador do Haiti na ONU, Antonio Rodrigue.
As autoridades de transição, nomeadas após a demissão do primeiro-ministro Ariel Henry, na primavera, sob pressão dos gangues, esperam organizar as primeiras eleições desde 2016 no próximo ano.
"O MMAS fez progressos tangíveis, mas ainda há muito trabalho para aproveitar o impulso existente para combater a violência dos gangues", comentou a embaixadora dos EUA, Linda Thomas-Greenfield, apelando àqueles que demonstraram "ceticismo" em relação a uma força da ONU que ouve a vontade do país anfitrião.
A ideia de uma missão de manutenção da paz sob a bandeira da ONU foi levantada pela primeira vez há algumas semanas por Washington.
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