"A Rússia condena veementemente o ataque ao Líbano e apela às autoridades israelitas para que cessem imediatamente as hostilidades, retirem as tropas do território libanês e se empenhem numa verdadeira procura de formas pacíficas de resolver o conflito no Médio Oriente", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros russo numa declaração publicada na sua conta do Telegram.
"A natureza combinada da invasão israelita, que envolve todos os ramos do exército, sugere que o número de mortos irá aumentar rapidamente", acrescentou.
Moscovo considerou ainda ser "evidente" que "esta medida, tomada pela direção militar e política de Israel na sequência do assassinato de vários altos responsáveis do Hezbollah, conduzirá a um novo aumento da violência no Médio Oriente", afirmou.
A diplomacia exprimiu ainda a sua "solidariedade" para com as autoridades e o povo do Líbano, "sujeitos a uma agressão armada".
Por seu lado, o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, alertou para os riscos de "expansão geográfica das ações militares" no Médio Oriente, na sequência da ofensiva israelita, que nas últimas horas levou também a cabo um bombardeamento contra a capital síria, Damasco, que fez pelo menos três mortos.
"Estamos a assistir a uma expansão geográfica das cções militares. Isto leva a uma maior desestabilização na região e a um aumento das tensões", considerou, sublinhando que "esta tensão é extremamente destrutiva para toda a região".
"Estamos muito preocupados", reconheceu.
Também a China se manifestou "profundamente preocupada" com a "nova escalada" após o anúncio de Israel de uma ofensiva terrestre no Líbano, e opôs-se a "qualquer violação da soberania libanesa".
Pequim "opõe-se a qualquer violação da soberania, segurança e integridade territorial do Líbano e opõe-se a qualquer ato que agrave os conflitos e conduza a uma nova escalada da situação regional", afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em comunicado.
Na declaração, Pequim instou Israel a "tomar medidas para desanuviar a situação".
O exército israelita anunciou hoje o lançamento de uma ofensiva terrestre no sul do Líbano contra o grupo xiita Hezbollah, após uma semana de intensos bombardeamentos que causaram centenas de mortos em todo o país.
No entanto, a Força Interina das Nações Unidas no Líbano (UNIFIL), posicionada ao longo da fronteira com Israel, afirmou não ter detetado qualquer incursão israelita "até ao momento".
A ONU alertou para as consequências de uma "invasão terrestre em grande escala" por parte de Israel no Líbano.
Os ataques israelitas aumentaram desde meados de setembro e mataram grande parte da liderança do grupo, incluindo o seu secretário-geral, Hassan Nasrallah, que foi morto na semana passada.
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