Paris ordena "voos agrupados" para deportar congoleses para o seu país

O ministro do Interior francês, Bruno Retailleau, anunciou hoje que ordenou que Mayotte, território ultramarino francês no Oceano Índico, organize "voos agrupados" para fazer regressar cidadãos da República Democrática do Congo (RDCongo) de volta ao seu país.

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© IAN LANGSDON/AFP via Getty Images

Lusa
02/10/2024 18:02 ‧ 02/10/2024 por Lusa

Mundo

Congo

"A partir de outubro, o presidente da Câmara de Mayotte, como tem instrução, organizará voos agrupados para deportar estrangeiros em situação ilegal de volta à República Democrática do Congo", disse Bruno Retailleau na Assembleia Nacional francesa.

 

A comitiva do ministro disse à agência France-Presse (AFP) que foram organizados quatro voos agrupados desde fevereiro e que "pelo menos três estão previstos só para outubro para esvaziar parcialmente o centro de detenção administrativa" de Mayotte (a norte do canal de Moçambique).

Segundo a mesma fonte, a cooperação com a RDCongo, que faz fronteira com Angola, é "excelente".

Desde o final da década de 2010, centenas de migrantes da região africana dos Grandes Lagos, em particular da República Democrática do Congo, regressam todos os anos ilegalmente a Mayotte, após uma viagem de 'kwassa' (barco) a partir das costas da África Oriental, de Madagáscar ou das vizinhas Comores.

A instalação destes migrantes no ano passado num acampamento improvisado perto de um estádio em Mamoudzou, a capital de Mayotte, provocou tensões com os habitantes locais, que culminaram, em janeiro, com o bloqueio das principais estradas da ilha principal por grupos que exigiam a sua expulsão.

O ministro do Interior francês (equivalente ao ministro da Administração Interna) anunciou também "acordos bilaterais de segurança com países" da região dos Grandes Lagos africanos (RDCongo, Burundi, Ruanda, Tanzânia) para "travar o fluxo" de migrantes.

Cerca de metade dos habitantes de Mayotte não têm nacionalidade francesa, onde a população a 01 de janeiro foi estimada em 321.000 pessoas pelo Instituto Nacional de Estatística (INSEE).

Bruno Retailleau foi nomeado ministro do Interior pelo primeiro-ministro, Michel Barnier, em 21 de setembro e é conhecido por ser fortemente contra a imigração desde que desempenhou o cargo de presidente do grupo parlamentar Republicanos (LR, o mesmo partido de Michel Barnier).

Leia Também: Mais de 940.000 deslocados nos primeiros seis meses de 2024 na RDCongo

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