"A partir de outubro, o presidente da Câmara de Mayotte, como tem instrução, organizará voos agrupados para deportar estrangeiros em situação ilegal de volta à República Democrática do Congo", disse Bruno Retailleau na Assembleia Nacional francesa.
A comitiva do ministro disse à agência France-Presse (AFP) que foram organizados quatro voos agrupados desde fevereiro e que "pelo menos três estão previstos só para outubro para esvaziar parcialmente o centro de detenção administrativa" de Mayotte (a norte do canal de Moçambique).
Segundo a mesma fonte, a cooperação com a RDCongo, que faz fronteira com Angola, é "excelente".
Desde o final da década de 2010, centenas de migrantes da região africana dos Grandes Lagos, em particular da República Democrática do Congo, regressam todos os anos ilegalmente a Mayotte, após uma viagem de 'kwassa' (barco) a partir das costas da África Oriental, de Madagáscar ou das vizinhas Comores.
A instalação destes migrantes no ano passado num acampamento improvisado perto de um estádio em Mamoudzou, a capital de Mayotte, provocou tensões com os habitantes locais, que culminaram, em janeiro, com o bloqueio das principais estradas da ilha principal por grupos que exigiam a sua expulsão.
O ministro do Interior francês (equivalente ao ministro da Administração Interna) anunciou também "acordos bilaterais de segurança com países" da região dos Grandes Lagos africanos (RDCongo, Burundi, Ruanda, Tanzânia) para "travar o fluxo" de migrantes.
Cerca de metade dos habitantes de Mayotte não têm nacionalidade francesa, onde a população a 01 de janeiro foi estimada em 321.000 pessoas pelo Instituto Nacional de Estatística (INSEE).
Bruno Retailleau foi nomeado ministro do Interior pelo primeiro-ministro, Michel Barnier, em 21 de setembro e é conhecido por ser fortemente contra a imigração desde que desempenhou o cargo de presidente do grupo parlamentar Republicanos (LR, o mesmo partido de Michel Barnier).
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