OIM pede 30 milhões para ajudar deslocados no Líbano
A Organização Internacional para as Migrações (OIM) pediu hoje à comunidade internacional cerca de 30 milhões de euros para ajudar 400 mil pessoas afetadas pela crise no Líbano, a maioria das quais deslocadas pela escalada do conflito.
© Getty Images/Carl Court
Mundo Médio Oriente
O pedido visa ajudar as famílias que tiveram de abandonar as suas casas devido ao aumento dos ataques fronteiriços no contexto das hostilidades entre Israel e o grupo fundamentalista islâmico libanês Hezbollah, afirmou a agência das Nações Unidas em comunicado.
"Esta enorme crise exige uma ação urgente, as circunstâncias são extremamente complicadas e as necessidades são imensas", sublinhou a diretora-geral da OIM, Amy Pope, apelando à comunidade internacional para prestar assistência.
Segundo a OIM, pelo menos 346 mil pessoas tiveram de abandonar as suas casas devido ao conflito, embora as autoridades libanesas falem de um milhão de deslocados internos.
A organização já está a enviar ajuda aos migrantes que se encontram em várias regiões do Líbano, incluindo na capital, Beirute, no Vale do Beqaa (leste), e na fronteira com a Síria, onde muitos se refugiaram.
A ONU já tinha lançado, na terça-feira, um outro apelo para reunir 400 milhões de dólares (358 milhões de euros) a fim de dar ajuda urgente aos deslocados no Líbano, depois de ter recebido um pedido do primeiro-ministro libanês.
"O primeiro-ministro, Najib Mikati, e o coordenador humanitário [das Nações Unidas] para o Líbano, Imran Riza, lançaram um apelo de emergência no valor de 426 milhões de dólares para mobilizar recursos urgentes para os civis afetados pelo agravamento do conflito que conduziu a uma crise humanitária no Líbano", referiu a ONU na altura.
Classificando a situação no Líbano como uma das fases mais perigosas da história do país, Najib Mikati assegurou que há cerca de um milhão de pessoas deslocadas devido ao conflito com Israel.
Há cerca de um ano que Israel bombardeia zonas da fronteira libanesa para atacar o grupo xiita, aliado do Irão e, na segunda-feira, após uma semana de intensos bombardeamentos israelitas contra o sul e leste do país, as autoridades anunciaram o envio de tropas para o sul do Líbano para desmantelar as infraestruturas do Hezbollah.
Os intensos bombardeamentos já provocaram quase 2.000 mortos, entre os quais se contam vários altos responsáveis da organização, incluindo o secretário-geral do Hezbollah, Hassan Nasrallah.
Hoje de manhã, a presidente da Comissão Europeia anunciou que Bruxelas mobilizou 30 milhões de euros para ajuda humanitária ao Líbano, defendendo ser necessário que "todas as partes façam tudo o que estiver ao seu alcance para proteger as vidas de civis inocentes".
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