Biden fez estas declarações à comunicação social no jardim sul da Casa Branca, antes de embarcar no helicóptero Marine One para se deslocar aos Estados da Florida e da Geórgia, para ver os danos causados pela passagem do furacão Helene.
Antes de entrar no helicóptero, um jornalista perguntou-lhe se apoiará que Israel ataque instalações petrolíferas no Irão, ao que Biden respondeu: "Estamos a discutir isso".
Em resposta a perguntas de outro jornalista, Biden disse que Israel não vai tomar qualquer medida de retaliação hoje e deixou claro que os Estados Unidos não "permitem" que Israel faça ou não o que quer que seja, limitando-se a dar conselhos ao seu maior aliado no Médio Oriente, de que são o maior fornecedor de armas.
"Em primeiro lugar, nós não permitimos o que quer que seja a Israel. Nós aconselhamos Israel. E nada vai acontecer hoje", sublinhou.
Estes comentários surgem um dia depois de Biden ter afirmado opor-se a ataques israelitas contra instalações nucleares iranianas.
"A resposta é não", disse à comunicação social o Presidente dos Estados Unidos, inquirido sobre se apoiaria uma ação desse tipo por parte de Israel.
"Estamos de acordo os sete que os israelitas têm o direito de retaliar, mas devem responder de forma proporcional", acrescentou, referindo-se aos outros líderes do G7 (grupo dos países mais industrializados do mundo, composto, além dos Estados Unidos, por Alemanha, Canadá, França, Itália, Japão e Reino Unido, embora a União Europeia também esteja representada).
A Guarda Revolucionária iraniana bombardeou Israel com mísseis balísticos na terça-feira à noite, em retaliação pela morte do líder do grupo xiita libanês Hezbollah, Hassan Nasrallah, e de um general iraniano em Beirute, num bombardeamento israelita, a 27 de setembro, e pelo assassínio do líder do movimento islamita palestiniano Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerão, em julho.
Na sequência do ataque, o Irão avisou os países da região de que considerará "inimigos" aqueles que cederem o seu espaço aéreo a Israel para uma eventual retaliação ao seu ataque de terça-feira e apelou aos Estados Unidos para não interferirem.
Mas, ao mesmo tempo, o ministro dos Negócios Estrangeiros iraniano, Abbas Araqchi, manteve na quarta-feira conversações com os homólogos do Reino Unido, França e Alemanha, para tentar conter a tensão crescente na região do Médio Oriente.
Este ataque iraniano contra Israel foi o primeiro desde abril, quando, em resposta à morte de sete militares no consulado iraniano em Damasco, o Irão atacou duas bases aéreas israelitas no Neguev com mísseis e 'drones' (aeronaves não-tripuladas) e atingiu alvos nos Montes Golã ocupados, embora Israel, os Estados Unidos e os países árabes que sobrevoaram tenham conseguido intercetar a maioria dos projéteis.
A ofensiva de terça-feira ocorreu num contexto de tensões acrescidas na região, depois de Israel ter anunciado, na segunda-feira, o envio de tropas para o sul do Líbano para desmantelar as infraestruturas do grupo xiita libanês Hezbollah, aliado do Irão, após mais de uma semana de pesados bombardeamentos israelitas no sul e no leste do Líbano.
Segundo as autoridades libanesas, os bombardeamentos israelitas já provocaram a morte de cerca de 2.000 pessoas e deixaram um milhão de desalojados.
[Notícia atualizada às 17h15]
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